A crueldade no Século XXI

Foi aberta nesta semana no Museu de Campos Novos, a Mostra Internacional de Instrumentos Medievais de Tortura. A exposição traduz a prática da tortura e execuções na idade média, mostrando até que ponto pode chegar a estupidez do ser humano, que via na violência extrema a solução para os problemas da época, forma de punir a quem não estivesse de acordo com as regras da sociedade.

Na reportagem sobre a mostra que permanece até 28 de setembro em Campos Novos, me chamou atenção declaração da curadora Carla de Andrade, ao se referir à crueldade do século XXI, citando a falta de valores como educação, respeito e de amor. E ainda: que alguns ao visitar a exposição defendem a volta da prática da tortura.

É fato que a violência sempre se mostrou como um fator preocupante nas relações sociais, sendo cada vez mais difundida pelas redes sociais. Parece que as pessoas se acostumaram com a violência e já nem se indignam mais. Ao contrário, utilizam as redes sociais para a divulgação de fatos e vídeos incentivando a prática. Ou seja, o objetivo não é chamar atenção para a busca de uma solução, mas se divertir com a desgraça alheia.

A crueldade do Século XXI se revela sim na superficialidade das relações, que se tornam cada vez mais vulneráveis e descartáveis, com identidades forjadas no mundo virtual.  Nunca houve tanta instabilidade e fragilidade em nossas relações.

É claro que em meio a esse individualismo latente, ainda há, felizmente, atitudes como a capacidade de perceber uma necessidade de alguém ou retribuir algo que lhe foi feito, sem ser pedido. Mas que isso não se torne exceção e que a falta de tolerância, falta de amor e de gentileza não se torne rotina, a fim de prevenir que a violência permaneça em nosso meio, como “coisa” do dia a dia.

Que não nos acostumemos com a injustiça e com a desgraça alheia. Que saibamos nos indignar com o que não contribui com uma vida digna e que valores como amor, educação, respeito, solidariedade e gentileza prevaleçam.

Por Antonia Claudete Martins.

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