Agronegócio de SC busca alternativas para aliviar crise do milho

Entrada da safrinha, transporte por trem e até navegação de cabotagem influirão na redução do preço excessivamente elevado do milho que ameaça a avicultura e a suinocultura industrial de Santa Catarina.

IMG_5701O agronegócio catarinense articula várias iniciativas para reverter o quadro do superencarecimento de milho que afeta as maiores cadeias produtivas e ameaça causar pesados e irreversíveis prejuízos à avicultura e à suinocultura industrial. Os preços do milho atingiram em meados de janeiro uma máxima nominal histórica, aquecidos por fortes exportações, alta do dólar e reduzida safra das águas e, desde então, não recuaram. Entretanto, novos fatos podem amenizar os efeitos da crise, na avaliação da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC).

Há previsão de que o preço do milho recue no mercado interno, expectativa baseada em  vários fatores. Os portos brasileiros suspenderão em março o carregamento do milho para embarcar a safra da soja com destino aos diversos mercados mundiais, tradicionais compradores desse grão brasileiro. Essa operação deve se manter até setembro ou outubro. Por outro lado, a partir de junho começa a ser colhida a safrinha de milho, estimada entre 65 milhões e 70 milhões de toneladas.

Paralelamente a essa mudança de cenário, em Santa Catarina, o governo estadual trabalha para trazer de trem o milho do centro-oeste brasileiro através das ferrovias Ferroeste e América Latina Logística. A ideia é embarcar o cereal em Moto Grosso e Mato Grosso do Sul e trazê-lo até Mafra (SC) e Lages (SC). Essa operação produziria uma expressiva redução de custos de R$ 7 reais por saca, mas exigirá a instalação de entrepostos e armazéns no planalto norte e na serra.

Na mesma direção, as agroindústrias planejam trazer milho do norte pelo transporte de cabotagem, o que também reduziria o custo. No plano internacional, a expectativa que  a China despeje no mercado grandes volumes de milho de seus estoques e a aproximação do início do plantio da nova safra americana, tendem a reforçar o cenário de oferta abundante e, assim, frear a reação altista das cotações do grão na bolsa de Chicago, principalmente se não houver nenhum sobressalto climático.

A raiz da crise localiza-se nas rápidas e imprevisíveis mudanças do mercado que fizeram o preço do milho saltar de R$ 27 reais a saca em outubro para entre  R$ 43 e R$ 47 reais em janeiro e fevereiro, marcado por forte e persistente viés de alta.

Essa situação afeta todo o País, porém, é mais grave em Santa Catarina que está longe de obter autossuficiência em milho.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui