Milho tem preço de ouro: Diretor Executivo da Copercampos, Clebi Renato Dias, apresenta panorama do mercado de grãos

IMG_5701O alto custo no plantio da safra 2015/2016 fez com que os investimentos na cultura do milho fossem menores, em relação a safra 2014/2015, porém, com atuação do fenômeno El Niño, com boas precipitações de chuvas, principalmente na floração e enchimento de grãos, o produtor que investiu no cereal, deve comemorar na colheita.

A produtividade da cultura deve se manter na média do ano passado, que foi de 185 sacos/ha, segundo dados do IBGE, porém, o ganho real do produtor está na comercialização. De acordo com o Diretor Executivo da Copercampos e operador de mercado, Clebi Renato Dias, o custo do saco do milho é um dos maiores da história. “Hoje temos preços para final de março entre R$ 35,00 e R$ 36,00 e é um bom preço. Se o produtor imaginasse que estariam esses preços, teria plantado mais. A primeira análise que fazemos é que em ano com fenômeno El Niño, o produto que mais se beneficia, por um histórico é o milho, e o produtor planta sabendo que não vai ter perdas significativas e teremos produtores que vão colher acima de 190 a 200 sacos/ha, então com esse preço de hoje, o produtor terá ganhos de até 100% do valor investido, é claro que terá produtores que vão colher menos, mas no geral, é um bom ano para o produtor de milho”, ressaltou.

Neste início de fevereiro, os preços do milho são bons. “Para pagamento em 15 dias, temos um preço de R$ 35,00 hoje na Copercampos e para março R$ 36,00. Historicamente nunca tivemos esse preço em reais e é um excelente preço para o produtor”, lembrou Clebi.

Por outro lado, as agroindústrias vêm sofrendo com o alto custo do cereal. “Nós temos a nossa indústria e sentimos esse custo e com certeza isso vai dar menos resultado e até prejuízo para a suinocultura, que teve ainda essa semana mais uma baixa de R$ 0,10 por kg, passado de R$ 2,90/kg para R$ 2,80/kg do suíno. Santa Catarina é forte no mercado de carnes e a cacetada foi grande para as indústrias”, ressaltou.

Os leilões da Conab, que comercializou na segunda-feira, 1º de fevereiro, 125 mil toneladas de milho, não são favoráveis as indústrias, argumenta Clebi. “Nós não entramos no leilão por não ter garantia de qualidade do milho. O governo não está ajudando em nada e colocando o milho a preço de mercado. Antigamente tínhamos ajuda de frete e hoje não, e o governo está vendendo os estoques, não querendo saber de ajudar ninguém”, ressaltou.

O estoque baixo de milho no país faz com que os preços se mantenham. Por outro lado, a estratégia adotada pelas agroindústrias, em confiar na produção do milho, segunda safra (milho safrinha), acreditando que o preço do milho baixasse, pode não se confirmar, e assim, os custos se manter nos atuais registrados. “Nós temos uma indústria também, mas os grandes erraram mais que nós, porque acreditaram que faltaria espaço para armazenar, por exemplo, no Mato Grosso, que o produtor fosse vender a qualquer custo e esqueceram do fator cambial e foram exportados de janeiro de 2015 a janeiro de 2016, quase 37 milhões de toneladas e não pensem que o milho vai baixar tão rápido, porque 55% do milho da segunda safra, já está exportado porque foi aproveitado o cambio. Então se for colher 50 milhões de toneladas na safrinha, disso, 55% já está vendido e a indústria tem que ter estratégia para garantir o abastecimento de suas indústrias de ração”, afirmou.

O fator cambial brasileiro viabilizou esta exportação do milho. “O cambio favoreceu muito as exportações e o produtor só não plantou mais porque o custo de produção na semeadura era alto, e assim, foi diminuída a área”, concluiu.

Feijoeiro com boas expectativas

O clima está prejudicando o desenvolvimento da cultura do feijão, porém, os preços altos podem ser a salvação para o produtor. Clebi Renato Dias destaca que os tradicionais produtores podem até diminuir a área de produção a cada ano, mas não deixam de investir. “O produtor planta porque não sabe como estará o mercado. Esse ano temos uma expectativa muito boa de preço, que já está bom e pode até chegar a níveis estratosféricos, mas por outro lado, teve muita chuva em dezembro e seca de 18 dias em janeiro, e assim, a produtividade pode diminuir, mas se colher 30 a 35 sacos/ha, com preços acima de R$ 200,00 o saco/60kg, o produtor ganhará um bom dinheiro. Hoje, pelo que temos acompanhado nas regiões que estão colhendo, como em Castro, no Paraná, os preços variam de R$ 200,00 a R$ 250,00/saco e nós teremos após o carnaval mais certezas da safra, que aí sim começa a colheita, mas nossa região é conhecida por produzir feijão de qualidade, com cor e grão bem formado e essa é a expectativa ao produtor, que ele colha um bom produto e venda bem”, analisou.

Cambio favorece mercado de soja

Na bolsa de Chicago, há oscilação do preço da soja, porém, o cambio, com dólar entre R$ 3,90 a R$ 4,10, tem garantido um bom preço ao produtor. “Se achava que R$ 65,00/saco seria um bom preço para a soja porque o Brasil iria colher a maior safra da história, mas mesmo assim os preços estão em R$ 75,00 e isso é bom para o produtor, pois teremos uma produtividade boa nessa safra. Soja é liquidez, é dinheiro no bolso e tem diversas formas de comercialização e o produtor apostou na soja, com maior área plantada e alta tecnologia, e esperamos que até final de março tenhamos boas surpresas em produtividade na cultura”, finalizou Clebi Renato Dias.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

spot_img

Mais lidas na semana

Primeira massa de ar polar do ano traz frio intenso para SC

Com a chegada da primeira massa de ar polar...

Invernada dos Negros investe na produção de mel

Na semana em que se comemoram os dias da...

Notícias relacionadas

Campos Novos
chuva moderada
13.7 ° C
13.7 °
13.7 °
86 %
2.3kmh
100 %
sáb
20 °
dom
22 °
seg
24 °
ter
23 °
qua
18 °

Categorias Populares