Setembro Amarelo: Campanha tem ações na região

Ações reforçam sensibilização à prevenção ao suicídio, considerado problema de saúde pública no Brasil.

Com o objetivo de quebrar o tabu em torno do tema e ajudar na prevenção, diversas associações se uniram e, desde 2014, promovem no Brasil a Campanha Setembro Amarelo – Pela Valorização da Vida. A ideia é reunir, durante um mês, eventos que abram espaço para debates e divulgação do tema. O mês foi escolhido porque 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Monumentos são iluminados com a cor amarela e diversas ações são realizadas, como passeios ciclísticos, caminhadas e abordagens em locais públicos.

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Flávia Darold

Na região da Associação de Municípios do Planalto Sul de Santa Catarina, as ações estão sendo desenvolvidas nos sete municípios por meio do Colegiado de Psicologia da Amplasc. A coordenadora do Colegiado, psicóloga Flavia Darold, explica que ficou estabelecido que as profissionais definissem a ação a ser desenvolvida nos municípios onde prestam serviços.

O suicídio é considerado um problema de saúde pública. A boa notícia é que, segundo a Organização Mundial de Saúde, nove em cada dez casos poderiam ser prevenidos. Por isso da importância da sensibilização da população para a prevenção. “Os suicídios desde 2014, estão sendo levantados pelo alto número de casos no Brasil e no mundo. Então foi definido que nós iríamos trabalhar em setembro a prevenção do suicídio, porque as pessoas geralmente dão sinais disso e muitos pensam que é pra chamar a atenção. A campanha visa à sensibilização das pessoas a prestarem mais atenção, porque muitas vezes se tem u amigo ou um familiar que fala alguma coisa, é um pedido de ajuda. 90% dos suicídios poderiam ter sido prevenidos e essa coisa de que falar sobre o problema aumenta o número de casos, é um mito. É preciso discutir para prevenir”, alertou Flavia Darold.

É preciso quebrar os mitos que envolvem o tema “suicídio”. Conforme a psicóloga, todos os municípios da Amplasc contam com profissionais capacitados e encaminhamento adequado para o atendimento de possíveis suicidas. Familiares e amigos devem estar atentos aos sinais, entre eles, mudanças de comportamento. “Essas pessoas geralmente estão muito angustiadas, então na maioria das vezes elas tem um maior isolamento social ou tendem a interagir, sair e conversar menos, tanto no ambiente social, quanto familiar. Às vezes as pessoas pensam que o suicídio tem que estar atrelado a um transtorno mental, mas não tem que estar. Por várias condições muitas pessoas pensam em tirar a própria vida e essa ideação já é algo que preocupa”, orientou a psicóloga.

Flavia Darold também chamou a atenção para comportamentos depressivos repentinos e esclareceu que é quando a pessoa se fortalece e apresenta índices de melhora, que o cuidado deve ser maior quanto ao risco de suicídio.

Aumento de casos de suicídio será  de 50% até 2020

O Brasil ocupa o 8º lugar no ranking de casos de suicídio no mundo e as estatísticas apontam um aumento de 50% no número de casos até 2020. A maioria dos casos registrados de suicídio está entre os homens com 78%, contra 22% entre as mulheres. “Os homens ocupam as estatísticas maiores em casos consumados, enquanto as mulheres lideram os números de tentativas de suicídio”, informou a psicóloga.

O número de casos entre jovens também preocupa. “O número de suicídios entre jovens está muito alto no Brasil. E o jovem é essa pessoa que precisa sair da adolescência e olhar para a vida adulta com todos os seus medos, angústias e expectativas e muitas vezes não tem quem o acolha. Neste isolamento acaba tendo a ideação de acabar com estar dor. Muitos dizem que o suicídio é um fracasso, mas na verdade é um ato de coragem de acabar com aquela dor intensa que a pessoa está sentindo. Aquela dor que é psíquica e passa para o físico com doenças somáticas e outras consequências”, finalizou Flavia.

Os números mostram que a cada 45 minutos um brasileiro morre vítima de suicídio e a cada três segundos acontece uma tentativa, totalizando 32 pessoas por dia que tiram a própria vida.

*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1446 de 15 de setembro de 2016.

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