Médico alerta para cuidados com a pele no verão

Sol em excesso pode provocar manchas e doenças na pele como câncer. Uso do protetor solar está entre as principais recomendações.

Marco Aurélio Becher

Durante o verão, aumentam as preocupações com as doenças de pele, especialmente com aquelas decorrentes da exposição excessiva ao sol, como o câncer de pele. Em dias de calor, por exemplo, é mais difícil resistir às praias, piscinas e atividades ao ar livre. Por isso é preciso saber o que fazer para proteger a pele. É o que afirma o médico especialista Marco Aurélio Becher, em entrevista ao Jornal O Celeiro.

De acordo com Marco Aurélio, sol sem a proteção correta pode causar queimaduras, manchas e até doenças graves na pele. “O básico da proteção é o uso do protetor solar e manter uma boa hidratação. Evitar a exposição solar no período entre dez horas da manhã e quatro da tarde, salvo em alguns casos em que as pessoas que têm deficiência de vitamina D são orientadas a tomar 15 minutos de sol, tempo suficiente para não causar queimaduras e principalmente alterações que possam causar bolhas”, ressaltou o médico.

Bronzeadores caseiros oferecem sérios riscos à saúde

Segundo Marco Aurélio Becher, os bronzeadores caseiros não devem ser usados, pois em sua composição não contêm o filtro solar, que previne o envelhecimento cutâneo, câncer de pele, alguns deles possuem substância fotossensibilizante, que em contato com a pele potencializa o efeito da radiação solar, aumentando as chances de queimadura e câncer de pele. “Já tive nos meus anos de experiência casos de pessoas que vão procurar na internet fórmulas mágicas de bronzeamento e acabam passando seivas de produtos inadequados que resultam em queimaduras de segundo e até terceiro grau. Já tivemos casos até de paciente que foi hospitalizado”, alertou.

Em casos de queimaduras, a orientação é aumentar a hidratação da pele com compressas de soro fisiológico, água e gelo, não passar creme dental nem creme hidratante por exemplo. “Em casos graves de insolação, dependendo da gravidade e quantidade de superfície corporal que foi atingida, tem casos que a pessoa necessita ser hospitalizada e isso infelizmente não é comum”, destaca Marco Aurélio.

Doenças da pele

Muito comum no verão também, o aumento das micoses e infecções por fungos da pele. As pessoas acabam suando mais, principalmente em áreas de dobras no corpo, causando pequenas lesões e proliferação de fungos naturais da pele, que em excesso viram doenças. “A melhor forma de evitar é manter hábitos de higiene, como: secar-se bem após o banho, principalmente áreas de dobras da pele, como virilha, entre os dedos dos pés e axilas. Deve-se também evitar andar descalço em pisos constantemente úmidos (lava-pés, vestiários, saunas). Recomenda-se, ainda, evitar calçados fechados o máximo possível, optando pelos mais largos e ventilados”, orienta Marco Aurélio.

O Câncer de pele

Além daquele aspecto de pele ressecada, rachada e cheia de manchas (fotoenvelhecimento), a exposição ao sol sem os cuidados e a proteção adequados, pode acarretar em sérios problemas de saúde. De acordo com as estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil e representa cerca de 30% dos tumores malignos registrado no país. A estimativa é de mais de 175 mil casos em 2016, com mortalidade acima dos 10%.

Os estados com maior incidência da doença são Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, sendo Santa Catarina com a maior ocorrência, 131 casos para cada 100 mil habitantes

Esse tipo de câncer atinge principalmente as pessoas de pele clara, cabelos ruivos ou louros, olhos azuis e sardas, que dificilmente se bronzeiam e se queimam com facilidade com mais de 40 anos.
“Nossa região é uma região formada por descendentes de europeus tendenciosamente umas pessoas de uma pele mais clara e se a gente analisar os níveis dia de proteção solar que nós temos de camada de ozônio nós não estamos bem protegidos aqui na região de Campos Novos. Então você pega uma população que tem predominantemente uma descendência de brancos, de caucasianos associado a uma exposição solar e ao trabalho rural, é a fome com a vontade de comer. Tem muita incidência de câncer de pele e fazemos de 6 a 8 diagnósticos mês e em sua em sua maioria 99.9% são curativos.” enfatiza o médico especialista.

De acordo com o médico, o melanoma é um câncer de alta mortalidade e são lesões enegrecidas com uma cor bem forte e que começam a dar sintomas, entre eles, coceira, dor, aumento da pluralidade de cor muitas com cores dentro de uma mesma lesão. “Para isso a gente usa um aparelho chamado videodermatoscópio em que faz uma filmagem da lesão e aumenta 60 vezes e tem condições de mostrar para o paciente, que conta com o diagnóstico precoce. Através do videodermatoscópio, que funciona como um microscópio de pele, com micro câmera e sistema especial de iluminação. Em contato com a epiderme, filma a lesão e transmite a imagem colorida a um computador, onde uma placa de captura digitaliza a imagem”, ressalta o médico.

Sintomas do Câncer de pele

O câncer de pele na sua grande maioria felizmente dá sinais como lesões de crescimento rápido, que mudam características como cor, aspereza da superfície da lesão para lesões que sangram e coçam.

“Tem que ficar sempre alerta com aquela feridinha que nunca cura, que vai dar uma melhoradinha, mas volta. Normalmente essas lesões aparecem mais no rosto, na hélice da orelha (a parte superior das orelhas), o dorso das mãos e até nos antebraços. No Brasil o melanoma é o câncer que fica em terceiro lugar se tratando dos cânceres que mais matam no país, perdendo apenas para câncer de colo de útero, de mama e de próstata”, observa Marco Aurélio.

Como prevenir

– Prefira estar na praia antes das 10h e após 16h;
– Escolha um filtro solar com proteção UVA e UVB;
– O FPS (Fator de Proteção Solar) que mede a radiação UVB deve ser acima de 50;
– Aplique o filtro solar antes de sair de casa, para que o produto possa ser absorvido pela pele. Uma medida aproximada seria um grama para cada passada no rosto e trinta gramas para o corpo;
– Outras formas de proteção solar: use chapéu com abas, boné, viseira e óculos escuros. O couro cabeludo e os olhos são também áreas que precisam estar protegidas. Tramas de tecidos com FPS, para camisetas, chapéus e bonés, complementam a proteção.

*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1508 de 07 de dezembro de 2017.

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