Plantio de Soja começa e gera boas expectativas

Em torno de 60 mil hectares das lavouras da safra 2018/2019 no município, estão destinadas para o plantio de soja. Apesar das dificuldades enfrentadas pelos produtores, devido às condições climáticas, o plantio ainda está dentro do cronograma.

Diante da abertura oficial da janela de plantio da safra 2018/2019, no mês de outubro – período com condições climáticas desfavoráveis neste ano, os produtores da região de Campos Novos estão aproveitando cada minuto desta semana ensolarada para realizar a semeadura da soja em suas lavouras. No Celeiro Catarinense do Agronegócio, serão 55 mil hectares de soja, quase 12 mil de milho e 4500 hectares de feijão. Desse volume cerca de 20% já foi lançado na terra desde o final da terceira semana de outubro.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam), Helan Paganini, 17 mil hectares das sementes desta safra de verão, estão em lavouras dos cooperados da Coocam. Segundo ele, o clima com temperaturas mais baixas do que o normal para essa época do ano, não está sendo favorável para a soja. “Esse clima frio não é o ideal. O desenvolvimento da soja é mais lento e com menor vigor, porém, com o passar dos dias conforme a temperatura aumentar, a semente vai se estabelecendo”, compartilha Helan.

Helan Paulo Paganini

Outra preocupação dos sojicultores está relacionada à intensidade dos problemas de pragas e doenças da última safra, quando o mofo branco teve maior ocorrência nas lavouras da região e os níveis de danos aumentaram significativamente. O engenheiro agrônomo destaca que apesar da preocupação, os produtores estão atentos com os cuidados corretos nas lavouras. Ele observa que aqueles produtores que não efetivaram a última safra de inverno, deixaram uma camada de cobertura verde para diminuir a incidência de doenças atacadas pelo mofo branco na soja, uma das principais culturas hospedeira da doença. O mofo branco é causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum.

Os profissionais técnicos também estão alertando os sojicultores para os cuidados com o percevejo, praga com incidência maior na safra passada. “O monitoramento das lavouras deve ser constante, somente dessa forma é possível controlar as doenças e pragas que atacam as lavouras”.

Devido esses problemas enfrentados na safra 2017/2018 e também para haver rotatividade na lavoura, cerca de 30% dos produtores de soja e feijão, migraram para o cultivo de milho. “O plantio de milho aumentou nesta safra, pegando um pouco da área de soja e parte da área de feijão. Sobre o feijão, além de não ter preço atrativo para o plantio, é ainda um hospedeiro da Sclerotinia”, disse Helan Paganini.

Os produtores investem em altas tecnologias para obter o máximo de produtividade e desta forma reverter os custos de produção em resultados financeiros. A respeito da comercialização da safra, os produtores estão buscando as principais alternativas que acreditam ser mais viáveis. Alguns estão aguardando a fase de colheita para iniciar as tratativas, outros optaram por financiamentos, como o “Contrato de Barter” – uma permuta utilizada pela Coocam, junto aos seus cooperados. Até final de novembro praticamente todas as áreas estarão semeadas. O auge da colheita da safra de verão acontece entre os meses de março e abril.

*Reportagem publicada no Jornal O Celeiro, Edição 1554 de 08 de Novembro de 2018.

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