Não é não!

Uma criança dificilmente gosta de ouvir “não”, “não corra, não faça isso”, e algumas quando ouvem fazem birra. Pois é, só que existem alguns homens que não amadureceram e, assim como uma criança mimada, não conseguem aceitar um não, principalmente, quando o ‘Não’ parte de uma mulher. A resposta negativa soa como agressão, como se pusesse em xeque seu ego e auto estima. Daí, como forma de retaliação eles partem para a agressão física, verbal, ou as duas ao mesmo tempo.

Homens, entendam, não é não. Não adianta fazer birra. Pode até ficar com raiva, é um direito seu. Mas também é um direito da mulher não aceitar suas investidas. Siga a vida, não é necessária tanta revolta, apenas aceite. Ela quis terminar o namoro? Doeu? Sempre dói. Mas respeite a decisão e aceite o fim.

Se tornaram comuns notícias sobre mulheres desrespeitadas, agredidas, violentadas e até assassinadas porque não corresponderam as expectativas dos homens. Campanhas, marchas, mobilizações virtuais comovem as mulheres e fortalecem seu desejo por respeito e empoderamento. Campanhas para alertar os homens também foram repassadas, no carnaval foi comum se deparar com inúmeros manuais para ‘chegar numa mulher’, e aquela pequena frase sempre se repetia: Não é não!

A repetição se faz necessária para que os homens entendam que as mulheres não são objetos. A mulher é um ser humano que, assim como os homens, tem o direito de decidir o que quer e não quer. Ela não está à mercê das vontades masculinas. Elas não são propriedades de ninguém, nem do namorado, nem do marido, nem do companheiro, elas são donas de si, e se elas entram numa relação é porque querem e não porque precisam de um homem ao lado.

As mulheres precisam se sentir seguras, precisam de alento, apoio e orientação. Políticas públicas são necessárias para fortalecer o empoderamento feminino e para deixar claro que elas não devem se submeter as importunações masculinas.

Porém, assim como as mulheres necessitam de ajuda e orientação, os homens também carecem ser orientados mais fortemente sobre sua conduta. Deveria ser promovido o discurso que pregasse o consenso, o respeito e aceitação. Se a mulher pode aprender a se impor, porque o homem não pode aprender a tratar bem uma mulher?

Não estamos incentivando uma guerra dos sexos. Não se trata disso, se trata de ambos os sexos viverem em paz, onde cada um respeita o espaço do outro. Será uma utopia acreditar nisso? Bem, não custa tentar, e por enquanto vamos fazer nossa parte e relembra-los a primeira lição: Não é não!

Por: Priscila Nascimento
Jornalista

*Editorial publicado no jornal “O Celeiro”, Edição 1572 de 04 de Abril de 2019.

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