Após um mês da gestão, diretor da O.S fala sobre ações frente a Fundação Hospitalar

Diretor diz que com a implantação do protocolo de cores pacientes poderão esperar até 3 horas para serem atendidos

Desde o ano passado a Administração Municipal vinha destacando a intenção e vantagens de contratar um Organização Social para gerir a Fundação Hospitalar Dr. José Athanázio. Em março foi anunciado que a empresa escolhida foi o Instituto Maria Schmidt, e no dia 1 de abril o Instituto iniciou oficialmente a gestão compartilhada. O diretor Edson Martins, conversou com o jornal O Celeiro e falou sobre as ações que já foram tomadas durante este primeiro mês e as principais demandas do hospital.

Sobre a questão do protocolo de atendimento por cores, ele afirmou que em breve os pacientes serão atendidos não mais por ordem de chegada, mas por prioridade. Treinamentos com o corpo de funcionários, contratação de mais médicos e cirurgias forma alguns temas levantados. Em sua avaliação, os primeiros dias a frente da fundação tem um saldo positivo.

Em debate há muito tempo, a demora nos atendimentos do Hospital Dr. José Athanázio é uma das principais reclamações das pessoas que precisam de atendimento. Quem vai ao local reclama que esperara por horas para ser atendido. Porém, conforme diz o diretor, nem todos os casos que dão entrada no hospital se configuram como urgência e emergência, e com a implantação do protocolo de cores, que é uma das ações propostas pelo IMAS, será identificado o grau de emergência de cada um. A cor vermelha indicará os casos mais urgentes e o atendimento precisa ser imediato, no caso das demais cores é possível que o paciente tenha que esperar por mais de duas horas. Daqui há algumas semanas este procedimento será adotado pelo hospital, que irá treinar os funcionários para estarem aptos para fazer esta avaliação. “Em breve vamos implantar o acolhimento por cores. O paciente será acolhido e identificado seu grau de emergência. Vamos fazer um treinamento com os funcionários e uma divulgação para a comunidade para ver como vão receber a mudança. A nossa emergência é pra quem tem risco de vida imediato”, afirmou.

Com relação as cirurgias, a intenção é dobrar o número delas. Por semana o hospital realizava em torno de 40 cirurgias, portanto, espera-se que sejam feitas bem mais que isso. Em abril, Edson diz que este número já aumentou, mas não precisou exatamente a quantidade de cirurgias. A meta é que sejam realizadas cerca de 600 intervenções cirúrgicas por mês. Para garantir este aumento o hospital acabou de adquirir uma autoclave nova com maior capacidade para higienizar os equipamentos cirúrgicos. “Esta compra foi feita prevendo o aumento das demandas. Temos esta meta e queremos alcançá-la a curto prazo”, garantiu. Até o momento nenhum outro médico foi contratado para aumentar o corpo clínico do hospital. A prioridade do hospital é pela contratação de um pediatra, que é uma necessidade que precisa ser suprida. Para este fim estão sendo feitos contatos com médicos até do estado do Paraná e de São Paulo, pois existe uma carência desta especialidade. Além do médico pediatra, outras especialidades são esperadas para atuar na fundação. “Temos em mente algumas especialidades para trazer ao hospital. Conforme o tempo vai passando e a gente vai analisando as dificuldades necessidades e vamos trabalhando para trazer novas especialidades”, comentou.

Uma das mudanças já implantadas pelo instituto refere-se a jornada de trabalho dos funcionários do hospital que agora será de 12/36, aonde os profissionais irão trabalhar por 12 horas e descansarão por 36 horas. A realização de treinamento também já tem sido realizada, e o objetivo é que todos estejam constantemente passando por algum tipo de aprimoramento. “Todos os funcionários da fundação vão passar por treinamento, principalmente o corpo de enfermagem. Promovemos educação continuada para que se atualizem dentro das técnicas e das normas do Ministério da Saúde. Na velocidade de informação e inovação que acontecem temos que nos atualizar para poder aplicar as melhores formas de trabalho dentro da instituição”, declara. Atualmente o hospital possui um quadro de cerca de 190 funcionários. Cerca de 118 comissionados do hospital foram contratados com o regime baseado na CLT. Quanto aos efetivos, Edson diz que a maioria aceitou bem as mudanças ocorridas. “Tivemos problemas insignificantes que não vieram a atrapalhar em nada o funcionamento do hospital. A recepção do Imas pelo corpo de funcionários do hospital foi muito boa”, considerou.

Ainda se ouve algumas reclamações por parte da população com relação ao Hospital, uma das medidas para poder atender o público reclamante seria instituir uma Ouvidoria, que também é uma ação que deverá ser implantada. No entanto, o diretor afirma que as pessoas que estiverem insatisfeitas com alguma situação podem procura-lo no Hospital e relatar sua queixa. Edson diz que muita coisa ainda precisa ser feita e que as melhorias fazem parte de um processo contínuo. “Nesta fase estamos começando do zero. Reorganizamos as equipes de trabalho, instituímos uma nova jornada de trabalho. Pretendemos instalar o acolhimento por cores, pretendemos trazer especialidades novas, realizar os mutirões com maior frequência, qualificar a mão de obra do hospital, qualificar a recepção, melhorar a estrutura, principalmente a parte de internação do SUS. São objetivos que não se resolvem de uma hora para outra. São coisas que demandam tempo e um trabalho persistente. Ainda não conseguimos fazer tudo que queremos, mas fizemos uma boa parte do que planejamos. Iniciamos dia 1 de abril e não tem data para terminar”, ponderou.

Apesar do pouco tempo, Edson considera que o andamento do hospital tem evoluído e aponta dois fatores que demonstram que o trabalho já tem dado bons resultados. “Percebemos que a situação melhorou pelo espirito colaborativo dos funcionários e devido ao volume de atendimento no ambulatório estar crescendo dia a dia. Neste primeiro mês percebemos que as cirurgias aumentaram, e aumentou o atendimento no hospital, em abril chegou há mais de 6 mil atendimentos no mês”, relatou. Para analisar o andamento de tudo que tem acontecido no hospital o corpo diretivo se reúne semanalmente para discutir e pensar iniciativas para melhorar o atendimento.

Mutirão

O Hospital Dr. José Athanázio realizará na segunda quinzena do mês um mutirão aonde serão realizadas 600 cirurgias de catarata. A realização dos mutirões depende das demandas, e o instituto pretende promover estes mutirões com a maior frequência possível. Serão atendidas pessoas de Campos Novos e região de Lages e Joaçaba. “Levantamos o problema da oftalmologia, e vamos tentar resolver essa demanda o por meio do mutirão. A cada dois meses queremos realizar um mutirão para atender a população”, pontuou Edson.

*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1577 de 09 de Maio de 2019.

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