Tocar o coração para transformar a mente

Maria cresceu num ambiente em que seu pai era um homem autoritário e sua mãe não tinha voz em casa. Sua mãe cuidava do lar e da família. O pai era servido e não aceitava ser contrariado.

Pedro cresceu num ambiente harmônico em que a comunicação e o respeito prevaleciam. Pai e mãe cuidavam da casa e da família e decidiam juntos o que era melhor para todos.
Não importa o modelo da família, o que se sabe é que o modo em que as pessoas são criadas e suas experiências vividas durante a infância influenciarão em sua vida adulta. Pais e mães têm a seria responsabilidade de ensinar seus filhos mais pelo exemplo do que pelas palavras.

Não existe família igual, cada uma tem um jeito de funcionar. Porém, no decorrer dos séculos estabeleceu-se um padrão que colocou o homem como superior dando a ele o direito de ditar suas próprias regras colando o seu desejo acima dos da família. Amor e respeito passaram longe desse modelo opressor de família.

Atualmente ainda vemos forte influência desse modo patriarcal, em que a mulher é apenas a progenitora dos filhos e empregada da casa. Mulher não tem vontade, apenas obrigação para com o marido e família.

O que foi presenciado e vivido por muitas crianças no passado precisa ser desmitificado e ressignificado. Meninos e meninas precisam entender desde cedo os direitos e deveres de cada um. Antes de ver pai e mãe, homem e mulher, precisam aprender a se ver como seres humanos repletos de defeitos e virtudes, e, acima de tudo, aptos a amar.

“Para odiar, as pessoas precisam aprender. E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto”. Essa frase de Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, pode ser aplicada ao ambiente familiar. Dentro do lar os pais podem inculcar na mente das crianças a essência do amor para que elas sejam adultos amorosos, gratos e felizes. Quando se toca o coração é possível modificar a mente e conseqüentemente a forma de ver o outro.

Por: Priscila Nascimento, Jornalista

*Editorial publicado no jornal “O Celeiro”, Edição 1615 de 27 de Fevereiro de 2020.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui