Clima ameno e presença de chuvas não melhoram situação de estiagem

Racionamento tem sido incentivado constantemente para reforçar risco de falta de água.

Temperaturas frias, dias cinzas e chuvas tímidas geram a esperança de que a estiagem vai dar uma trégua e que teremos dias melhores. Esta situação de seca vivida há meses tem sido um grande problema para a toda a população que vive na região. No início o grande entrave foi aos produtores rurais que viram suas propriedades sofrerem grandes prejuízos, gerando perda de produtividade e rentabilidade as famílias. Porém, a estiagem tem reflexos que vão além do agronegócio e que chegam as casas de toda a população devido à falta de água, pois a seca reduz o volume das reservas hídricas afetando o fluxo e volume dos rios. A falta de chuvas significativas tem prejudicado grandemente a reserva do Lajeado do Restingão, principal fonte de água do município de Campos Novos. Será que a chegada das estações mais amenas melhora a situação? Não adianta criar expectativas, a mudança de clima, não irá mudar muita coisa.

O diretor do Samae, Luciano Andonini, não se empolga muito, e diz que cenário ainda é preocupante. “A situação atual não é nada satisfatória, ainda estamos no vermelho. Nosso Rio está muito abaixo do nível normal. O fato de que precisamos economizar ainda perdurará por um tempo. Segundo a meteorologia não teremos fontes de chuvas nem razoáveis para os próximos dias. A última chuva não resultou em mudança alguma no calado do rio, onde nós captamos a água. Continuamos pedindo para que as pessoas economizem bastante”, declarou. O secretário de agricultura do município, Ingrácio de Carvalho, compartilha do mesmo pensamento e comenta o que tem feito para ajudar os produtores rurais. “Essas chuvas que caíram não melhoraram a seca. Estamos fazendo o que é possível para amenizar a situação, estamos abrindo bebedouros e levando água com o caminhão pipa, tudo que é possível estamos fazendo. Enquanto não vir boas chuvas a situação não muda. O povo precisa de água, precisamos de chuva, pra fazer a semeadura do plantio de inverno, que se não chover vai comprometer, e até mesmo para consumo próprio. Enquanto não chover para encher os mananciais a expectativa não é das melhores”, disse o secretário.

A situação é preocupante não apenas em Campos Novos, mas nos demais municípios que compõe a Amplasc. De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) a precipitação acumulada nos sete municípios não são as melhores, entre eles Brunópolis está com o menor registro de precipitação. Campos Novos, porém, registrou no dia 5 de maio precipitação acumulada de 3,4mm e no dia 6 de maio o volume foi para 6,8mm, sendo o volume total, até o dia 11 deste mês, de 11,6mm no município, segundo melhor índice de precipitação de chuva acumulada. Quem está em melhor condição é o município de Celso Ramos que totalizou o volume de 22,2mm de água da chuva. Mesmo os que registram os melhores dados não estão em boa condição, afinal este volume para a região e para o período estão abaixo da média. Por exemplo, de acordo com a meteorologista da Epagri, Thays Camassola, em maio, no município de Campos Novos, a média de chuva é de 172mm. As chuvas vão surgir devido as frentes que se apresentam, mas esparsas e mal distribuídas, por isso não são tão eficazes para solucionar o problema da estiagem.

Para a próxima semana, de 17 a 19 de maio, de acordo com o Centro de Meteorologia da Epagri, o tempo segue seco e temperatura elevada. De 20 a 21 de maio mais uma frente fria deve provocar chuvas no período mal distribuídas e com baixo volume. De 21 a 24 a expectativa é de formação de geadas nas áreas altas do estado, devido a uma massa de ar frio de origem polar, mas não há previsão de chuvas significativas que modifiquem a situação na região.

Como lidar com esta situação que é ruim para a economia e para as famílias? Ações do Poder Público estão sendo pensadas para ajudar o produtor rural a lidar com esta crise que parece não ter fim. A estiagem já chega a quase seis meses e parece se prolongar sem expectativa de fim. No entanto, além do Poder Público, com a persistência da estiagem, toda a população deve se sensibilizar e utilizar a água da forma consciente para não correr o risco que a população fique sem água. O estado de Santa Catarina e os municípios estão envolvidos em uma campanha para promover a conscientização e economia de água para nas atividades do dia a dia. Por ser tão essencial a vida será um risco não ter substância a disposição.

Economia

Um período atípico na região Sul tem sido um desafio lidar com a seca, e a população se tornou um aliado na luta para lidar com a crise e a principal forma de fazer isso é racionando o uso de água. Como a estiagem tem planos de se estender, é bom mudar hábitos do dia a dia, conforme enfatizou Luciano Andonini, diretor do Samae. “Até o presente momento precisamos economizar e economizar, não tem outra palavra. A gente está se deparando todos os dias com lavação de carro, lavação de calçada, lavação de muro, então a gente precisa intensificar a economia de água”, afirmou. Assim como o Samae outros órgãos estão solicitando e dando dicas para a população economizar.

Dicas para poupar água

– Tome banhos rápidos e feche o chuveiro ao se ensaboar;
– Feche a torneira ao escovar os dentes e ao fazer a barba;
– Não lave a louça com água corrente, abra a torneira apenas para enxaguar;
– Não use água como vassoura. Em calçadas e áreas pavimentadas, primeiro varra a sujeira, depois lave com a utilização de um balde;
– Não use mangueira, e sim balde e pano para lavar o carro;
– Verifique se não há vazamentos na tubulação de água;
– Regule a válvula da descarga para reduzir o consumo de água.

*Reportagem publicada no jornal ‘O Celeiro’, edição 1626 de 14 de maio de 2020

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