Pesquisa revela impactos causados pela pandemia de Covid-19 em Campos Novos

Aproximação do Dia da Mães pode ajudar a aquecer vendas no período da pandemia.

Com a flexibilização das medidas restritivas, tão desejada e pedida pelo setor empresarial, o comércio nos municípios do estado de Santa Catarina aos poucos vai levantando as portas. Em Campos Novos, ainda tímido o comércio aguarda dias melhores para se recuperar dos dias em que passou fechado. O decreto que determinava o fechamento das empresas não essências preocupou a sobrevida das empresas, causou um prejuízo enorme e colocou em risco a manutenção do emprego e da renda gerada no município. A pandemia continua e os cuidados com a prevenção também, mas o comércio se adaptará para se aquecer durante este período. A Federação do Câmara de Lojistas (FCDL) promoveu uma pesquisa com comerciantes e empresários para entender os efeitos da crise. No município 63 empresas participaram das pesquisa e todas afirmaram que sentiram os impactos. Todos os setores foram ouvidos. A expectativa é de que as datas comemorativas movimentam e melhorem as vendas, já que, mesmo com a abertura do comércio, as vendas continuam fracas. A pesquisa foi feita entre os dias 14 e 17 de abril em nível estadual para coletar dados dos associados em relação a esses impactos. As respostas dos associados de Campos Novos apresentaram um resultado semelhante ao cenário estadual.

Presidente da CDL Campos Novos, Altair Granzotto

O presidente da CDL Campos Novos, Altair Granzotto, considera um grande impacto gerado pela pandemia e avalia algumas consequências. “O comércio, assim como algumas indústrias, foi fortemente impactado em função da quarentena decretada no mês de março passado, onde determinou o fechamento e isolamento social das pessoas. Com a evolução no controle da pandemia e os investimentos em estruturas hospitalares, a reabertura do comércio foi gradativamente autorizada. No entanto, os vários dias de fechamento teve grande impacto negativo resultando em dificuldades financeiras do setor, bem como culminando em demissões e fechamento de empresas. Mesmo com a reabertura gradativa e, com algumas medidas restritivas necessárias, a retomada ainda não surtiu efeitos em alguns segmentos do nosso comércio. As pessoas ainda estão bastante assustadas e muitos ainda permanecendo em isolamento, reduzindo circulação e consumo”, afirmou.
De acordo com a pesquisa as perdas foram reais apontando que 40% das empresas delas tiveram prejuízos econômicos e financeiros em mais de 50%. A estimativa de perda até momento varia entre R$ 10 mil e R$ 300 mil, de acordo com cada empresa. Para os próximos três meses já se estima a possibilidade de mais prejuízos. Com perda no faturamento algumas empresas realizaram o corte de funcionários. Das 63 empresas entrevistadas, 12 realizaram demissões. A pesquisa aponta que nos próximos três meses mais empresas reduzirão o número de funcionários e nenhuma delas tem intenção de contratação neste momento. A notícia boa, segundo os dados, é que 38 das empresas que participaram da pesquisa, que corresponde a 60%, não deverá realizar demissões, ou seja, a maioria manterá o quadro de pessoal, assegurando o emprego dos funcionários.

Se a crise perdurar por muito tempo a tendência é que os reflexos sejam mais preocupantes. O risco de falência ronda a mente pequenos e médios empresários do município que torcem para que o quanto antes possam retomar a normalidade e as medidas restritivas não sejam mais necessárias. Sobre a perspectiva de futuro caso a crise e as medidas restritivas se mantenha é de uma sobrevida de no máximo seis meses para algumas empresas. Cerca de 23% acreditam que conseguem se manter até um mês, 41% acham que sobrevivem de 2 a 3 meses, 12% se mantem de 3 a 4 meses, 7% acham que se mantem de 5 a 6 meses e 14% acreditam passar dos 6 meses.

Diante dos fatos muitos empresários buscam alternativas para sobreviver as crises. Esferas federais, estaduais e municipais criaram planos emergenciais de financiamentos e empréstimos para ajudar os empresários, conforme publicamos em matéria na semana anterior. O que o empresariado local considera sobre isso? Para muitos é uma saída para lidar com as contas. Ainda de acordo com a pesquisa cerca de 57% dos empresários locais pretendem recorrer a empréstimos bancários para regularizar a situação financeira. Outras medidas tomadas para atender os prejudicados pela pandemia foram a prorrogação no vencimento e recolhimento dos impostos a nível estadual e federal; e o auxílio do governo federal no valor de R$600,00 para quem enquadrar-se e efetuar cadastro na Caixa Econômica Federal.

Cada empresário tem feito sua parte para lidar com a crise como pode, inclusive alguns estenderem seus atendimentos para outros formatos, além da utilização de várias redes sociais para entrar em contato como os clientes, e esta é a orientação da CDL para que o comercio possa se manter de pé. “O comércio está buscando alternativas para continuar atendendo seus clientes, seja com atendimentos por redes sociais ou nos estabelecimentos seguindo os protocolos de higiene e orientações dos órgãos de saúde”, destacou Altair

As datas comemorativas como Dia dos Namorados, Natal e Ano Novo são épocas de grande movimentação comercial, a data mais próxima é o Dia das Mães, período que está sendo aguardado para aumento de vendas. “A CDL Campos Novos está investindo em campanhas para fortalecimento do comércio local, estimulando a população consumir em nosso comércio e a preferência por produtos de fabricação nacional”, concluiu Altair.

Ramos de atividade

  • Indústria: 1,6%
  • Autônomo: 4,8%
  • Bar e restaurante: 4,8%
  • Farmácia: 3,2%
  • Hotel/Pousadas: 3,2%
  • Informática: 3,2%
  • Material de construção: 3,2%
  • Oficina mecânica: 9,5%
  • Ótica/Relojoaria/Jóias: 3,2%
  • Papelaria: 1,6%
  • Prestação de serviços: 11,1%
  • Revenda de automóveis: 1,6%
  • Supermercado: 1,6%
  • Vestuário e calçados: 27,0%
  • Outros: 20,6%

Número de Funcionários na empresa

  • 1 a 5: 71,4%
  • 6 a 10: 17,5%
  • 11 a 20: 6,3%
  • 21 a 50: 3,2%
  • 51 ou mais: 1,6%

Confira mais dados que chamam a atenção na pesquisa:

*Reportagem publicada no jornal ‘O Celeiro’, edição 1623 de 30 de abril de 2020.

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