Projeto de Lei ainda não existe, mas ideia já tem sido pensada e deverá entrar em debate em breve.
“Sim. Eu concordo!” Mais de 500 pessoas participaram da enquete produzida pelo jornal O Celeiro via Facebook e a resposta da maioria foi a favor da redução salarial: 98% disseram concordar. Na página do jornal, além de votarem, alguns deixaram registrado sua opinião: “Deviam receber o salário mínimo”, “Essa redução deveria começar agora”, foram alguns dos comentários dos leitores que acreditam que os parlamentares recebem uma remuneração maior do que deveriam. Internamente existe alguma discordância entre os vereadores, e discuti-se uma possível redução entre 30% a 70%. Ainda não há nada oficial, apenas uma conversa que já se espalhou e parece ter agradado muito a população. O motivo da redução é em virtude da crise econômica provocada pela pandemia do Coronavirus e também por que o teto salarial dos senhores vereadores, prefeito e vice-prefeito é maior do que os demais municípios que tem a mesma receita. Com a crise instalada a arrecadação diminui, o desemprego aumenta e mais problemas surgem, sendo assim é urgente ações bem planejadas para lidar com as possibilidades que se apresentam.
O presidente da Casa Legislativa, o vereador Maurílio Campagnoni, o Cássio, disse que não há nada protocolado na Casa, e que os parlamentares se reunirão em junho para discutir o assunto, e que por enquanto estão fazendo um levantamento e analisando a situação, mas não opinou sobre o assunto.
Alguns vereadores foram procurados pela redação do jornal O Celeiro e se pronunciaram sobre a possível proposta de redução. O vereador Adavilson Teles, o Mancha, disse que vai apoiar a decisão da maioria, mas relembrou que desde seu primeiro mandato como vereador tocou nessa questão e defendia a redução. “Acho que o momento exige algum encaminhamento. Em 2012 eu fui o único que votou contra o aumento naquela oportunidade e que defendia redução. Em 2016, juntamente com vereador Ricardo e Piratuba, propusemos a redução de 30% que foi aprovada e agora eu vou estar com o que a maioria do parlamento decidir. Se for por 50% isso representaria R$ 2 milhões de redução nos quatro anos, ou seja, daria para usar esse dinheiro em inúmeras situações. Vamos precisar dessa economia porque iremos passar por momentos difícil pela frente”, declarou Mancha.
O vereador Marciano Dalmolin, reagiu com reticência, e falou que está estudando as possibilidades e refletindo sobre as conseqüências da redução salarial. “Estou ouvindo pessoas que sempre estão me subsidiando nas decisões, tenho recebido contatos de apoiadores e orientações de algumas pessoas preocupadas com os reflexos da redução e do possível desinteresse de pessoas qualificadas.”, afirmou.
Dalmolin ainda citou um texto que apresenta o que pode acontecer casos haja uma redução significativa na remuneração. Parte do texto diz: “O corte de salários pode render até alguma economia ao município, mas creio que salários menos atrativos vão atrair pessoas menos capazes para a política e isso pode piorar ainda mais o nível dos nossos representantes e trazer consequências desastrosas para a gestão municipal”.
Por mais que a redução salarial de vereadores, prefeito e vice-prefeito agrade boa parte da população, esta é uma decisão que precisa ser pensada e avaliada levando em consideração o bem de todos camponovenses. Esta não é uma questão política apenas, é uma alternativa que pode ser útil para lidar com os problemas que podem surgir no futuro.
A pandemia continua e mais impactos serão sentidos afetando a receita dos setores privados e públicos. O Poder Público do município precisa estar preparado para lidar com uma possível recessão econômica. Este é um assunto sério que requer bom senso e consciência. Até junho a população e a imprensa vai acompanhar os passos dados pelo legislativo para a construção deste Projeto de Lei.
*Reportagem publicada no jornal ‘O Celeiro’, Edição 1628 de 28 de Maio de 2020.
