O olhar, o tom de voz e a gentileza chamam a atenção e como consequência há o ganho de confiança. Bingo! Conseguiram o que queriam. Eles são profissionais em aparentar virtudes, mas depois de dado o bote eles somem e se divertem por terem feito mais uma vítima. Assim são os especialistas em realizar golpes e estelionato. Sabe aquele ditado: Lobo em pele de cordeiro? Quem já passou por isso só consegue lembrar do quão doce e agradáveis foram as palavras apresentadas.
Boa fé, característica de muitos idosos, os induz a acreditar facilmente em quem aparenta ser “boa gente”. “Mas ele não parecia ser uma pessoa má”,” Ele foi tão atencioso”, “Nunca imaginei que ele seria capaz disso”, é, quem cai num golpe nunca imagina, se imaginasse jamais seria vítima. Não é uma simples questão de ingenuidade, é a convicção de que outros também tem boas intenções.
Hoje não se pode mais julgar as pessoas pelas aparências. Quem tem caráter duvidoso jamais vai mostrar sua verdadeira face e intenção, como seu objetivo é enganar ele vai mostrar o que o outro espera ver. Antes bandido e mocinho tinham um estereótipo definido, hoje se confundem.
Sabendo que o mundo está cheio de maldades é preciso se precaver e guardar a boa-fé. Ficar com o pé atrás faz bem de vez em quando. Assim como os pais cuidam e protegem os filhos de predadores na infância, na terceira idade é a vez dos filhos cuidarem dos pais. Estejam perto deles, ajudem a utilizar as redes sociais e as tecnologias atuais com prudência e cautela. Alertem sobre os enganadores.
Golpes acontecem com regularidade. Não seja mais uma vítima por falta de informação. Atente-se a quem se aproxima de você. Duvide de sorrisos e gentilezas inesperadas. Mantenha o seu idoso acompanhado de alguém de confiança, e quando não for possível, ajude-os a fugir e reconhecer os lobos.
Por: Priscila Nascimento, Jornalista
*Editorial publicado na edição 1631 de 18 de Junho de 2020.