Presidente da Coocam fala sobre cereais de inverno

João Carlos Di Domenico, Presidente da Coocam

O produtor de Campos Novos também representa a Fecoagro e colabora com o desenvolvimento do Projeto de uso de cereais na ração animal.

Para sanar o déficit do milho na alimentação animal, o setor do agronegócio quer incluir o trigo, a aveia, triticale e a cevada na alimentação de suínos e aves. As tratativas – envolvendo a participação direta dos setores da agricultura, agroindústria e o governo, assim como as entidades ligadas ao setor iniciaram há mais de três anos em Santa Catarina, por meio de reuniões e fóruns com discussões de possíveis alternativas para sanar o problema da cadeia produtiva catarinense. Juntamente com a Secretaria da Agricultura, a Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro), Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados (Sindicarnes) de Santa Catarina e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participam do processo desde o início.

O assunto voltou em pauta no setor produtivo na última semana, quando o governo anunciou apoio para investir na produção de trigo, triticale e cevada, através da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural. A intenção segundo informações do governo é ampliar em 120 mil hectares a área plantada com grãos de inverno no estado e aumentar a oferta de matéria-prima para ração animal. O Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno Destinados à Produção de Grãos fará parte do Programa Terra Boa e garantirá o apoio no pagamento do seguro rural.

O presidente da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam) e vice-presidente da Fecoagro, João Carlos Di Domenico, fala sobre o projeto de incentivo. João Carlos lembra que o município de Campos Novos já foi um grande produtor de trigo, no entanto, hoje é uma cultura abandonada pela maioria dos produtores por falta de tecnologia, genética e principalmente viabilidade econômica – essa situação supera todos os desafios, maior até mesmo que problemas climáticos, por exemplo.

“Nós [agronegócio] perdemos muito dinheiro com cereais de inverno e agora estamos procurando convencer o produtor para voltar para essa atividade e ter um ganho adicional com a safra de inverno. É também uma forma de utilizarmos nossas terras, máquinas e mão de obras, otimizando e criando situações de equilíbrio entre a produção e os interesses industriais do estado”, comenta o vice-presidente da Fecoagro, completando que o modelo de negócio é lento e por isso, o grupo ligado ao agro está assegurando todo o processo de produção para o melhor resultado de toda a cadeia produtiva. “O produtor é muito rápido, mas a genética não é, então precisamos viabilizar algumas variedades com aptidão para a ração”.

Para incentivar os produtores, a Secretaria da Agricultura irá apoiar o pagamento do seguro rural. Os produtores receberão em torno de R$ 200 por hectare plantado de cereais de inverno, seguindo as normas do Programa. “Quando se trata de genética falamos de 3 a 5 anos, então, a gente está começando esse processo, lá no campo. Estamos fazendo algumas lavouras e testando junto com a Embrapa, além de muitos estudos”, compartilha João Carlos.

A intenção da Secretaria da Agricultura de Santa Catarina é trazer mais competitividade para as agroindústrias instaladas no estado e mais renda aos produtores rurais.

*Reportagem publicada no jornal ‘O Celeiro’, Edição 1633 de 02 de Julho de 2020.

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