Poder SC – 027 – A base de governo

Com o ingresso de Luciano Buligon no governo Carlos Moisés, encerraram-se as vagas de primeiro escalão em negociação ou disponíveis no Executivo estadual. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que será chefiada por Buligon, chegou a ser ventilada para o MDB, mas prevaleceu uma escolha pessoal de Moisés. O governador garante que a abertura de cargos para indicações partidárias não afetará as características do governo. O próximo passo é conferir se o movimento dará a tão sonhada governabilidade. Perguntado sobre uma suposta base parlamentar, Moisés foi discreto: afirmou que a base será testada com o envio de projetos, e tem duas reformas – uma administrativa e outra previdenciária – a caminho e que farão este papel. “[A Alesc] tem divergência e isso não significa não ter base. O mais importante é conviver com a divergência e construir em cima [dela]”, disse o governador.

– MAIS DO que uma base, se desenha uma nova oposição na Alesc, especialmente entre aqueles que não fizeram parte do acordo. Neste sentido, o bloco parlamentar formado por PL e PSL tende a ser uma pedra no sapato do governador. A cobrança de Ivan Naatz (PL) pelos R$ 33 milhões dos respiradores na mensagem anual no Parlamento é uma pista do que pode vir pela frente.

QUEM É QUEM

Definir quais serão seus antagonistas não é necessariamente ruim ao governo – este e qualquer outro -, mas é preciso definir também quem são os seus para quando a coisa apertar. Moisés passou boa parte dos primeiros dois anos de mandato tentando manter relações “republicanas” com todos os parlamentares e o resultado é conhecido: teve 36 votos pelo impeachment entre os 40 possíveis. A formação de uma base parlamentar não dará apenas suporte nas votações importantes, mas também nos discursos e manifestações na Assembleia e fora dela.

– PELO LADO do MDB, há receio no partido pelo ingresso da bancada no governo estadual. O argumento é correto: o eleitor vai se perguntar o porquê dos políticos entrarem em um governo a qual eles mesmos pediram a cabeça, meses antes. O reflexo pode ser direto nas eleições de 2022, quando o partido lançará candidato próprio a governador. Além disso, há o entendimento é de que pode atrapalhar as costuras políticas.

*Coluna ‘Poder SC’, publicada no jornal ‘O Celeiro’, Edição 1663 de 11 de Fevereiro de 2021.

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