Só nos últimos dias, foi noticiado o vazamento de grandes bases de dados pessoais de mais de 220 milhões de brasileiros, incluindo pessoas já mortas. O que traz tanta preocupação com esse megavazamento, não é só o fator quantitativo, ou seja, a quantidade de pessoas que tiveram os dados vazados, mas sim, a riqueza, a qualidade desses dados. Não foram somente dados básicos relativos ao CPF (nome, data de nascimento, endereço), que vazaram, mas também dados como: fotos de rosto, imposto de renda de pessoa física, dados cadastrais de serviços de telefonia, escolaridade, score de crédito (que diz se é bom pagador), renda, cheques sem fundo e outras informações financeiras. Essa soma de quantitativo de titulares com a qualidade de dados vazados, se tem um vazamento de dados potencialmente mais lesivo, mais danoso.
Munidos de uma série de dados pessoais, criminosos se passam por você para efetuar uma compra em seu nome, adquirir um cartão de crédito, realizar empréstimos, financiamentos, saque de FGTS.
O Banco Central disponibiliza, gratuitamente, a plataforma Registrato, que permite consultar quais contas bancárias, financiamentos e empréstimos em seu nome que estão ativos em qualquer parte do país. Para acessar, é preciso fazer um cadastro prévio através do aplicativo de uma das instituições financeiras credenciadas (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú, Santander, Sicoob ou Sicredi).
Uma tática comum dos criminosos é enviar faturas falsificadas (como telefone, internet, IPVA, IPTU, entre outras) por e-mail. Você identifica uma série de dados pessoais corretos, acredita que aquele débito é real e faz o pagamento. Caso receba um email ou SMS informando sobre uma transação que não foi feita por você, não o responda, e não clique em nenhum link da mensagem, pois ao responder, você envia informações sobre o seu aparelho de celular que podem confirmar aos hackers que tiveram acesso ao vazamento que você é você mesmo e ao clicar eles podem roubar dados como suas senhas de banco e redes sociais.
Caso receba ligações de alguém dizendo que é do seu banco ou instituição financeira, solicitando seus dados para atualização, desligue e entre em contato com a instituição, é bem provável que seja golpe. Atualize sempre que possível seus dados, quanto mais recente o dado, mais difícil fica para o fraudador.
Nunca é demais proteger suas contas: Troque suas senhas regularmente; Use senhas fortes e individuais para cada plataforma usada; Ative a autenticação de duas etapas sempre que possível. Proteja seus dados! Seus dados, são você!
Por: Danielle Di Domenico
Bacharel em Direito
Sócia da R&B Assessoria e Consultoria
Contato: (48) 9912-0234
*Coluna ‘Evoluir Empresarial’, publicada no jornal ‘O Celeiro’, Edição 1665 de 25 de Fevereiro de 2021.