Quem conta a história: Cleusa Perini Burguer

Alegria e realização movem o trabalho de
Cleusa Perini Burger a frente da Rede Feminina

Presidente por três mandatos seguidos, Cleusa falou sobre os desafios que enfrentou antes de conhecer a entidade.

Cleusa Maria Perini Burguer, natural da Barra do leão, interior de Campos Novos, quando menina nutria o sonho de ser enfermeira. O tempo passou e não conseguiu realiza-lo, porém, a motivação de ajudar o próximo permaneceu dentro de si, e ela conseguiu se realizar quando passou a fazer parte da Rede Feminina de Combate ao câncer de Campos Novos. É impossível não relacionar seu nome a entidade, são dez anos de envolvimento, dedicação e muitas conquistas. Para ela conhecer a Rede foi um divisor de águas, pois o contato com o próximo e oportunidade de apoiar outras mulheres trouxe ainda mais sentido a sua vida. No ‘Quem Conta a História’ dessa semana é a presidente da Casa Rosa, Cleusa Perini Burguer, que vai relatar sua trajetória e o início da Rede Feminina em Campos Novos.

Filha de agricultores, ela recorda sua infância na pacata e tranquila Barra do Leão, onde foi ensinada desde cedo a fazer as atividades do lar, o que incluía aprender artesanato. Além de prendada, Cleusa também gostava de estar envolvida com a comunidade atuando em grupos de jovens de sua época. “Eu gostava de estar com as pessoas”, diz. No interior ela morou até 1983, ano em que casou com o marido Edson Burguer, e veio viver em Campos Novos onde teve os filhos Edson e Andrei. Ela lembra bem a Campos Novos que conheceu logo que se mudou. “Quando eu cheguei aqui tudo era bem diferente de hoje, não tinha esse comércio grande. Não havia toda essa movimentação. Era um tempo bem pacato, mas era muito bom”, conta.

Apesar de não ter realizado o sonho de ser uma enfermeira instrumentista, Cleusa era feliz cuidando da família, e junto com o marido ela empreendeu alguns negócios de sucesso. Em 2001 eles abriram a Torre de Pizza, a segunda pizzaria do município. Em 2006, quando o marido se aposentou, eles decidiram mudar para a cidade de Cascavel, onde também abriram uma pizzaria. Porém, após cerca de três anos, eles decidiram retornar a Campos Novos, pois o esposo de Cleusa havia adoecido. Em 2009 ele veio a óbito. Foi um período muito difícil para Cleusa que acabou entrando em depressão.

Em 2011 a Rede Feminina de Combate ao Câncer foi inaugurada. Cleusa nunca havia ouvido falar sobre a entidade, mas logo que foi inaugurada, ela recebeu o convite para fazer uma visita. “O Núcleo Feminino da Copercampos fundou a Rede Feminina. Daí uma amiga me convidou para conhecer a Rede. Quando eu conheci o trabalho que era feito lá eu me apaixonei. Nos primeiros dias eu já estava totalmente envolvida. Eu fui entendendo o propósito da Rede e sua importância para o município. Eu me envolvi nesta causa de coração. Eu gosto de estar envolvida em causas que acredito.”, relata.

O convite inesperado trouxe a Cleusa um novo sentido, e desde então ela se dedicou a entidade lutando pela causa das mulheres com câncer. Logo seu trabalho foi reconhecido e após alguns anos ela foi indicada para a presidência da Casa Rosa. Foi um desafio que ela relutou em aceitar. “No começo eu fiquei com medo, eu disse que não. Numa visita da presidente estadual Marines Matos eu pensei melhor sobre isso e decidi aceitar o papel. Hoje estou há três mandatos como presidente”. Durante este tempo foram muitas conquistas e muito trabalho em prol das usuárias da rede. A marca registrada da entidade é o brechó que funciona desde sua criação para ajudar na manutenção da casa.

Sobre os resultados do trabalho, Cleusa lista alguns: “Uma das primeiras ações que realizamos foi o Chá da Rede para arrecadar fundos, mas tínhamos muito gastos. Depois decidimos realizar o Bingo, um evento tradicional que se consolidou na entidade. Através da realização dos bingos nós compramos uma luva de drenagem e o aparelho. Foi uma conquista muito grande, ficamos muito emocionadas. Tudo que fazíamos era pensando nas nossas pacientes”, comemora. Neste último ano a Rede conseguiu uma conquista muito maior que foi a doação de um terreno para construção da casa própria.

Cleusa não tem dúvidas de que todo o esforço valeu a pena quando percebe a importância do trabalho prestado pela Rede no município. Este serviço voluntário tem dado o suporte que essas mulheres doentes precisam e que não receberiam de outra forma. “Nós fazemos este trabalho gratuitamente com muito amor e carinho. O município precisa da gente para dar esse suporte e apoio para as mulheres. Não é a mesma coisa você chegar na rede e chegar num posto de saúde, até a acolhida é diferente”, explica. Além disso, a Rede Feminina exerce um papel educativo que é reconhecido na comunidade “Participamos dos mutirões realizados pela Secretaria Municipal de Assistência Social e levamos para as comunidades informações. Nós cuidamos da auto estima delas, emprestamos perucas, damos as luvas de drenagem e o sutiã para quem não tem prótese”, acrescenta Cleusa.

Campos Novos tem dado passos importantes no desenvolvimento da saúde, e entidades do terceiro setor, como a Rede Feminina tem contribuído significativamente para isso. Cleusa afirma com convicção que a entidade lhe deu a oportunidade de ser útil para outras pessoas. Certamente a entidade também foi um presente na vida de muitas mulheres que enfrentam o câncer e encontram na Casa Rosa o acolhimento que tanto precisaram. Para o futuro Cleusa enxerga mais conquistas para oferecer sempre o melhor para as usuárias.

*Reportagem publicada no Jornal ‘O Celeiro’, Edição 1693 de 09 de Setembro de 2021.

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