Os olhos gritam, mas ninguém ouve

Empatia:  Capacidade psicológica para sentir o que sentiria outra pessoa caso estivesse na mesma situação. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções que outro indivíduo sente.

É tão fácil julgar situações que não vivenciamos. Difícil mesmo é enfrentar a situação, e na maioria das vezes sozinho. Hoje em dia existe um estigma por trás da depressão, em que ninguém tem coragem de assumir, e aguentam a dor calados. Alguns desesperadamente tentam aparentar uma felicidade exagerada, exibindo aos quatro ventos o quanto são felizes, mas ao fechar das cortinas não se sentem capazes de olhar no espelho. O sorriso é largo, mas os olhos não negam, e ninguém percebe nada.

Talvez o principal motivo dessa omissão seja o medo do julgamento alheio. Ou vão te olhar como fraco, ou vão te olhar com pena. É até difícil entender tal postura, afinal vivemos no país que tem o maior número de depressivos da América Latina, segundo a Organização Mundial de Saúde. Não que seja motivo de orgulho admitir que não se sente bem por dentro, mas falar ajuda a aliviar a dor. Admita e procure ajuda.

Depressão não é fraqueza, não é “bobagem”. Para quem conhece alguém que tem depressão, tente se colocar no lugar do outro, entenda que suas palavras podem deixar marcas. A depressão também não faz de ninguém “coitado”, ou “louco”, ela é uma doença como qualquer outra. Não podemos julgar.

É preciso quebrar tabus. Abra a mente, não seja preconceituoso. Não faça o outro se sentir pior. Ninguém é melhor ou pior por ter a depressão. Aprenda a ler olhares. Respeite. Ajude.

Iniciamos o texto com a definição da palavra empatia. Essa qualidade leva as pessoas a ajudarem umas às outras. Nos move a tentar compreender. E as vezes só o que uma pessoa precisa é ser compreendida. A matéria sobre depressão aponta um dado triste, porém serve de alerta: Ninguém está imune a nada. A depressão pode acometer qualquer pessoa. Até você. Por isso, não importa se você tem ou não depressão, lembre-se: trate os outros como você quer ser tratado.

Por: Priscila do Nascimento
Jornalista

*Editorial publicado no jornal “O Celeiro”, Edição 1528 de 10 de maio de 2018.

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