Dia 8 a entidade receberá profissionais para realizar um Workshop de Neurociência e educação
Investir em conhecimento e na qualidade de vida dos autistas é a meta da Associação de Pais e Amigos dos Autistas (AMA) de Campos Novos. E todo o empenho da entidade tem sido para fortalecer e preparar os profissionais e a sociedade para entender o mundo azul. O ano mal começou e muitas atividades já estão sendo programadas para acontecer, como o Workshop de Neurociência e Educação.
Os profissionais vêm a Campos Novos para prestar um treinamento a equipe da AMA para utilização de novos programas que serão instalados para ajudar no tratamento e desenvolvimentos dos usuários. A gestora da AMA, Vera Otonelli Durli, aproveitou a oportunidade para estender o convite para que eles ministrem o workshop. Recentemente os profissionais estiveram em Portugal fazendo um curso de capacitação e atualização na área. “Eles vêm de uma realidade de cidade grande e estão sempre se atualizando. Pensamos em um Workshop sobre neurociência e educação porque as duas coisas estão ligadas. Se os profissionais de saúde e educação não entenderem o cérebro de uma criança e os níveis de desenvolvimento dela não conseguirão trabalhar de forma eficaz. No caso dos autistas, eles são crianças atípicas, qualquer profissional que lide com elas terão que entender o desenvolvimento e o cérebro dessa criança. No evento serão tratadas não apenas a questão do Autismo, mas também a Síndrome de Down, hiperatividade, deficiência intelectual psicomotricidade”, explica Vera.
Os temas abordados no evento são: Bases do funcionamento cerebral, estrutura e funcionamento do cérebro; funções executivas: como classificar e suas contribuições para o aprendizado; dificuldades de aprendizagem (emocionais, ensinagem, culturais, qualidade de ensino; Transtorno especifico de aprendizagem (dislexia, discalculia, disortografia): percebendo os primeiros sinais e estratégias de intervenção e reabilitação; Manejo de crianças com transtorno do espectro autista, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtorno opositor desafiador no contexto escolar; Psicomotricidade como ferramenta fundamental para desenvolvimento infantil; Importância do uso de protocolos para classificar e mensurar as habilidades educacionais e psicomotoras.
Logo na primeira semana de janeiro a AMA deu outro passo para melhorar o atendimento aos usuários, que foi a mudança de sede. O local alugado é bem maior do que a casa que abrigava a entidade há cerca de 10 anos. No início a antiga residência era suficiente para acolher o número de usuários no município, no entanto hoje o espaço já não comporta a demanda local e da região. “Como foi aumentando o número de casos a cada ano, o espaço acabou ficando pequeno. Hoje temos 117 usuários e a estrutura física já não comportava mais todos os serviços que precisávamos. Buscamos uma casa maior e mudamos para esta casa com 900 metros quadrados de estrutura. Para este momento ela é suficiente. A nossa equipe funcionava toda dividida, os profissionais sediam um espaço em suas clinicas particulares para atender os usuários porque não havia espaço para todos os atendimentos. Agora vamos concentrar os profissionais no mesmo espaço. É uma alegria para nós dizer que temos nossa clínica. Com um espaço maior será possível chamar mais crianças que estão na lista de espera de Campos Novos para atendimento na AMA”, comemorou.
Nesta nova sede serão implantados programas e protocolos para atender os usuários. Foram adquiridos através do Marco Regulatório mais 3 programas: ProAmic, Battle, Paddle, que visam avaliar avaliar as dificuldade e habilidades dos autistas, eles darão uma resposta que mostram em que níveis elas estão para traçar um plano de trabalho em cima da realidade de cada um. Em breve serão realizados convênio com o município de Abdon Batista, Luzerna, Celso Ramos e Joaçaba.
Mais projetos continuam sendo traçados pela AMA. Apesar da mudança de local, Vera conta que o objetivo é adquirir um espaço próprio para atender os usuários. A captação de recursos já está sendo feita, os próximos passos são a aquisição de terreno para a sede. “Queremos ficar nesta sede por pouco tempo, um ano ou dois, até conseguir recursos para construir a sede própria. Estamos com a campanha ativa para captar recursos para a construção de uma sede própria, que foi lançada em dezembro através do FIA e já temos alguns doadores. Queremos o quanto antes sair do aluguel porque é um valor de recursos públicos”, declarou. Outro projeto da AMA que está em andamento é a construção do Centro de Equoterapia, que deverá ser concluída ainda em 2020.
*Reportagem publicada no jornal ‘O Celeiro’, Edição 1612 de 06 de Fevereiro de 2020.
