Como presidente do DEM, Gean também falou sobre projetos futuros na política catarinense.
O atual prefeito da capital catarinense, Gean Loureiro, esteve em Campos Novos na ultima quinta-feira (18) para falar sobre sua atuação à frente do Consórcio Nacional de Saúde, uma autarquia que conta com cerca 2500 municípios. A saúde pública é uma das demandas de maior preocupação no Brasil, por isso Gean acredita que é necessário mostrar aos administradores municipais a importância do trabalho realizado pela entidade. Após conversar com vice-prefeito, Gilmar Marco Pereira, Gean recebeu a imprensa e falou sobre principais demandas, relacionamento com o Ministério da Saúde e projetos futuros..
“O Consórcio Nacional dos Municípios teve grande participação e protagonismo nas discussões de ações no combate ao Covid-19 e na vacinação. Nós fizemos um pedido ao governo americano e fomos atendidos, eles nos doaram 3 milhões de doses da vacina Janssen. Discutimos a questão de a dose de reforço ser com a vacina da Pfizer, mesmo que a pessoa tenha tomado outra vacina. Também a questão da vacinação dos jovens. Durante a semana fizemos um estudo fundamentado para liberar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, pois apesar de não apresentarem os sintomas, elas são contaminadas e transmitem para outras pessoas”, iniciou Gean.
O prefeito ainda trouxe o fato de que a pandemia gerou efeitos a longo prazo e que muito deverá ser feito para lidar com as consequências. “Existem muitas doenças relacionadas a sequelas e há novas doenças que surgiram em função da doença, em especial a questão da saúde mental. Os números demonstram a ampliação desse problema. Temos profissionais de saúde que entraram num estresse elevado devido à alta carga de trabalho e o confinamento por um longo período. As famílias também tiveram sérios problemas financeiros. Cada microrregião precisa receber do Ministério da Saúde recursos disponíveis para um Centro de Atendimento Psicossocial 24h que permita internação. Nossa discussão é ampla e nosso relacionamento com o MS é muito próximo, temos reuniões semanais para tratar dessas demandas”, afirmou.
As atividades da entidade vão além da pandemia, e há outras demandas sendo tratadas. “Estamos realizando as comprar coletivas de medicamentos e insumos médicos hospitalares. As primeiras licitações apresentaram uma redução no valor de mercado de mais de 40%, gerando economia. Hoje temos a necessidade de travar ações mais fortes e voltadas ao represamento das cirurgias eletivas. Há uma fila de espera grande. Em função da pandemia as nossas UTI’s foram usadas para os pacientes covid e as cirurgias não foram realizadas. Com isso, as doenças dessas pessoas que esperam na fila podem ficar agravadas e trazer um custo maior a saúde”.
Cenário Político
Confirmando o interesse em disputar as eleições para o Governo do Estado, Gean Loureiro aproveitou para falar sobre política, e anunciou a fusão entre os partidos Democratas, do qual faz parte, e o Partido Social Liberal (PSL). “Foi aprovado em convenção nacional a fusão com o PSL para criarmos a União Brasil, um novo partido. Iniciamos os trâmites da documentação junto ao Superior Tribunal Eleitoral. Nossa expectativa é de que entre janeiro e fevereiro este processo esteja concluído e a partir daí a nacional vai nomear uma comissão estadual e as comissões municipais. É um somatório de forças políticas que permite uma chapa mais consistente”, acredita. Em março de 2022, ele renunciará ao cargo para se preparar para o pleito.
Devido a experiência política adquirida ao longo dos anos, Gean se vê preparado para mais uma batalha eleitoral. “O partido irá apresentar meu nome como candidato ao governo do estado devido a minha condição política. Fui prefeito reeleito com votação histórica em primeiro turno. Tenho experiência administrativa como vereador, presidente da Câmara, secretário municipal, deputado estadual, deputado federal, presidente da Fatma, e, agora, como prefeito de Florianópolis. Vamos fazer uma construção partidária e preparar propostas para o Estado”, disse, confirmando que existe conversas entre ele o ex-governador Raimundo Colombo para uma possível parceria.
Por falar em propostas, ele apontou algumas situações que precisam ser observadas no estado e devem ser mudadas. “Perdemos a competitividade da indústria, principalmente pela falta de infraestrutura. As rodovias estaduais estão em estado precário, dificultando o escoamento da produção. Temos a situação da saúde pública, a necessidade de avanços das cirurgias eletivas e de centros de referências em macrorregiões. Campos Novos é um exemplo, muitas vezes é preciso deslocar pacientes para Lages e Chapecó, devido a falta de atendimento regionalizado. Somos um Estado que falta mão de obra. Não há uma política de qualificação. Não há uma estrutura de abastecimento de energia elétrica trifásica para dar condições aos locais de produção. Além disso, quando o combustível aumenta, aumenta também a arrecadação do estado com o ICMS. Pensa-se apenas na política arrecadatória e isso prejudica as pessoas. Não estamos fazendo críticas ao governo atual, são problemas estruturais que precisam ser enfrentados. Às vezes, é o básico que está faltando para poder avançar”, finalizou Gean.
*Reportagem publicada no jornal ‘O Celeiro’, Edição 1704 de 25 de novembro de 2021.