Estamos vivendo uma primavera atípica. Diferente dos anos anteriores, os dias têm sido marcados por frio, chuva e céu fechado, como se o inverno ainda não tivesse ido embora. Essa mudança no clima tem chamado a atenção de todos e reforça uma preocupação que há tempos vem crescendo: o impacto das mudanças climáticas no nosso cotidiano.
Não se trata mais de previsões distantes ou alertas de especialistas. As consequências já estão acontecendo, bem diante dos nossos olhos. As estações parecem desorganizadas, os períodos de seca e chuva se confundem, e o que antes era raro agora se repete com frequência.
Cada oscilação do tempo é um lembrete de que o planeta está reagindo ao modo como temos cuidado ou descuidado dele. O desmatamento, o consumo desenfreado e a falta de políticas ambientais eficazes cobram um preço alto, e o clima instável é apenas uma das formas de cobrança.
Precisamos entender que cuidar do meio ambiente não é mais uma escolha, é uma responsabilidade coletiva. O que fazemos hoje interfere diretamente no amanhã. Que essa primavera, mesmo diferente, sirva como um convite à reflexão: o clima mudou, e talvez esteja na hora de nós mudarmos também.
Essa mudança no clima não afeta só o jeito de se vestir ou o humor dos dias. Ela traz consequências reais para a economia e para quem vive do trabalho no campo. Os agricultores, por exemplo, já não conseguem mais prever o tempo com a mesma segurança de antes. Não se sabe se vai chover na hora certa, se a terra vai estar boa para o plantio ou se a semente vai germinar como deveria. O que antes era uma rotina natural agora virou uma incerteza constante.
E não é só na agricultura que sentimos os efeitos. O clima instável também interfere na nossa saúde. As variações bruscas de temperatura aumentam os casos de doenças respiratórias, gripes e alergias. Além disso, o calor excessivo, seguido de frio intenso, mexe com o bem-estar físico e emocional das pessoas.
Esses sinais mostram que as mudanças climáticas não são algo distante, nem exclusivas dos noticiários. Elas já fazem parte da nossa vida, do nosso cotidiano. E se não houver uma mudança de postura o impacto tende a ser cada vez maior.
O planeta vem nos dando sinais há tempos. Cabe a nós decidir se vamos continuar fingindo que não vemos ou se, de fato, vamos começar a agir com mais consciência. Ainda dá tempo, mas é preciso ouvir o que o clima está tentando nos dizer.
Por: Lilian de Lima
Jornalista / Jornal O Celeiro
*Editorial publicado no Jornal O Celeiro, Edição 1903 de 06 de Novembro de 2025.


