Educação ambiental como ação permanente

Central de Campos Novos responde por 10% do volume de embalagens de agrotóxicos devolvidas na região de abrangência da Regional do INPEV em Santa Catarina.

Tendo como peça chave o produtor rural que faz corretamente a tríplice lavagem, o Sistema Campo Limpo implantado em 2002 no Brasil pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV), é referência mundial. Um sistema de excelência que coloca o Brasil como o país que mais destina de forma ambientalmente correta embalagens plásticas de agrotóxicos utilizadas no meio rural.

A ação foi reforçada pelo Coordenador Regional de Operações do INPEV em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Eurípedes da Veiga Rodrigues, em visita a Campos Novos na terça-feira, 17 de outubro, quando se reuniu com veículos de comunicação e com o gerente e responsável técnico da Central Redutora de Embalagens de Agrotóxicos de Campos Novos, Engenheiro Agrônomo Marco Ubaldo Filho.

Conforme o coordenador, o Brasil é o único país que produz embalagem de agrotóxicos e realiza o processo de reciclagem, com um índice de 94% de destinação ambientalmente correta de embalagens de plástico.

“Hoje várias organizações e institutos parecidos com o INPEV no mundo inteiro vem ao Brasil para conhecer o Sistema Campo Limpo, porque disparado nós somos o país que mais recebe e mais destina as embalagens utilizadas no campo, com 94%. O Brasil não reutiliza as embalagens, que são recicladas. Esse material é processado e é feita a Triex, que é o nome desta embalagem. O Sistema tem uma indústria que chama Campo Limpo, responsável por produzir materiais recicláveis e tampas para serem utilizadas em embalagens de agrotóxicos”.

Eurípedes da Veiga Rodrigues e Marco Ubaldo Filho

O Sistema também conta com outras 11 recicladores, que produzem uma série de outros materiais. Além da tríplice lavagem o coordenador reforça ainda a necessidade da inutilização. “O papel do produtor é tríplice lavar esta embalagem e inutilizar, fazendo um furo no fundo desta embalagem para garantir que não sirva para mais nada. Se ele não inutilizar podem sobrar resíduos de produto, o que pode gerar um problema sério nas Centrais”, afirmou o coordenador. Feita a tríplice lavagem e inutilização, o produtor pode entregar embalagens e tampas separadamente.

Até o final do ano a Central Redutora de Embalagens de Agrotóxico de Campos Novos, como as demais espalhadas pelo país, num total de 114, estarão devidamente licenciadas para receber também, embalagens com restos de produtos ou com produtos vencidos, que serão destinados à incineração. Até que saia o licenciamento ambiental, o produtor deve armazenar esses produtos em local seguro, com a devida identificação. Na área de atuação da Coordenação Operacional do INPEV do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, são 15 centrais redutoras e 50 postos de recebimento.

A eficiência do Sistema Campo Limpo se dá devido à responsabilidade compartilhada entre os elos do sistema, que são a indústria (dando o destino adequado), os canais de distribuição (oferecendo local para devolução das embalagens), os agricultores (que devem realizar a tríplice lavagem e inutilização da embalagem) e os poderes públicos (responsáveis pela fiscalização). 95% de todas as embalagens de agrotóxicos comercializadas podem ser recicladas.

Sensibilização permanente

A sensibilização do produtor para que faça a devolução correta é permanente. Em 2017, informou Eurípedes da Veiga Rodrigues, o número de embalagens devolvidas registrou queda em relação anos anteriores. “Esse ano a gente observou que tivemos uma queda drástica na devolução de embalagens comparadas com os últimos anos em vários locais. Essa queda aconteceu por diversos fatores, desde condições climáticas com a utilização de menos produto até a decisão do produtor em postergar a entrega, tendo em vista que o prazo é de um ano para devolução”.
Na Região de Campos Novos, a maior queda foi na devolução das embalagens de papelão, que podem ter tido a entrega direcionada a outras recicladoras sem licenciamento, o que é proibido.

Números de 2017 em Santa Catarina

De janeiro a setembro deste ano, foram destinadas em Santa Catarina 573 toneladas de embalagens de agrotóxicos. Em 2015 o número chegou a 940 toneladas e em 2016 a 1.006 toneladas, sendo que deste volume 10% foram da Central Redutora de Campos Novos, com 100 toneladas em 25 municípios de abrangência.  E nos últimos 15 anos, de 2002 a 2017, Santa Catarina já destinou adequadamente 8.416 toneladas de agrotóxicos.

Eurípedes destacou ainda o recebimento itinerante, que tem contribuído de maneira fundamental para a devolução. Todo o Sistema Campo Limpo vem sendo otimizado ano a ano pelo INPEV a fim de facilitar a devolução pelo produtor.  O maior volume das embalagens é destinado para reciclagem no estado de São Paulo.

O Sistema abrange todos os estados brasileiros, com mais de 400 unidades de recebimento, entre centrais redutoras e postos de recebimento.

*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1501 de 19 de outubro de 2017.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui