Quem conta a História: Francieli Parenti

Jornalismo livre, verdadeiro e fiscalizatório:
Francieli Parenti fala sobre desafios como repórter

Em passagem pelo jornal O Celeiro, a jornalista relembra as dificuldades, e fala sobre a importância dos meios de comunicação locais.

Apesar de toda a evolução tecnológica imposta aos meios de comunicação, há premissas básicas do bom jornalismo que não mudam. O que caracteriza um bom jornalismo? Apuração, imparcialidade, neutralidade, verdade e liberdade são apenas alguns pontos que devem obrigatoriamente ser levados a sério.

Em trinta anos de história, o jornal O Celeiro contou com inúmeros profissionais de comunicação, todos com o mesmo compromisso e ideal pregado pelo jornal desde sua fundação. A jornalista Francieli Parenti, que já foi colaboradora do jornal O Celeiro em 2013, falou sobre experiências, desafios, mudanças e a importância dos veículos de comunicação para a comunidade.

Ao trabalhar como secretária da Rádio Cultura, Fran concluiu a graduação em comunicação e logo foi transferida para o departamento de jornalismo da emissora. Com um ano e meio no rádio jornal, ela decidiu migrar para o jornalismo impresso. Em 2013, ela aceitou o convite da colega de profissão, também ex-Rádio Cultura, Gisiane Cordeiro e do diretor de jornalismo, Alexandre Di Domenico, tornando-se repórter fixa do jornal O Celeiro. Antes disso, ela já prestava serviços para o semanário ao escrever matérias especiais, afinal escrever era o que ela realmente gostava e sempre fez isso muito bem.

Envolvida na profissão e cada vez mais experiente na área, Fran falou sobre os desafios ao fazer as coberturas jornalísticas locais, especialmente em pautas políticas que na época eram o foco do jornalismo do Celeiro. “Nossa luta sempre foi por um jornalismo livre, verdadeiro, fiscalizatório das ações dos governos locais e justamente aí residia o principal desafio como repórter. Muitas vezes o jornal O Celeiro foi taxado de perseguidor, isso em vez dos mandatários simplesmente dar conta das questões que lhes eram apresentadas. Era contraditório, embora os políticos falassem muito de transparência e honestidade, não queriam mostrar tudo o que faziam”, expõe Fran.

Apesar das críticas e embate ao jornalismo, o trabalho era bem feito e sempre contava com a parceria da comunidade. Fran pontua o jornalismo como uma ferramenta social essencial para promover mudanças que atendam às necessidades da população. “O trabalho é social, nós damos espaço para que as questões sejam discutidas no micro e não no macro e que a população se veja refletida nos acontecimentos e discussões locais. Acredito que por diversos fatores, o jornalismo enfrenta uma crise, mas o jornalismo comunitário e próximo das pessoas nunca vai desaparecer, além de que boas histórias são infinitas. É preciso que os veículos de comunicação regionais mantenham o princípio de contribuir para a melhora da comunidade”, reflete.

Com a presença do digital, a comunicação mudou, mas a função do jornalismo permanece intacta e o jornal impresso se mantem como uma fonte de notícias importante e respeitada. “Os veículos de informação se adaptaram à internet, mas o consumo de notícias em papel mantinha sua importância naquele período. Ainda se esperava até a quinta-feira para a leitura do fato que aconteceu na segunda, por exemplo. Mas nem tudo era hardnews, aqueles acontecimentos do dia a dia. O jornal sempre primou por trazer conteúdos exclusivos, mais aprofundados aos seus leitores, esse sempre foi o diferencial do Jornal O Celeiro e que o mantém até hoje”, afirma Fran.

Para fazer um jornalismo de primeira, a profissional sabe que é preciso seguir algumas regras: “Ter boas e confiáveis fontes, inspiração e transpiração para uma minuciosa checagem, além de contemplar nas reportagens, a diversidade de pensamentos e opiniões”, completa, reforçando que estas características são a base para a construção de boas notícias.

Ao atuar no jornal O Celeiro, a jornalista Francieli Parenti contribuiu com a boa condução das matérias e fomentou a boa pratica jornalística pautada na verdade e imparcialidade, observando os resultados de um trabalho feito para mudar a realidade das pessoas. Não é só sobre produzir notícias, é sobre levantar pautas importantes, ouvir a população e participar nas mudanças, como destacou a jornalista. “O espaço oferecido pelo jornal para o desenvolvimento dos temas pertinentes à comunidade é capaz de promover o desenvolvimento local, além de que pode e deve ser utilizado como meio para mobilização e conscientização da população”.

Cada colaborador do jornal O Celeiro, durante todos esses anos, ajudou a construir essa história. Todos foram e são importantes na trajetória deste meio impresso e contribuíram para que ele chegasse onde chegou. O reconhecimento e a gratidão pelo tempo dedicado ao jornal sempre serão lembrados e temos a certeza de que há reciprocidade, fato que fica claro nas palavras da jornalista: “Haverá sempre espaço para o jornalismo local e comunitário e torço que o Celeiro continue nesse caminho por longos anos. Parabéns!”. Obrigada, Francieli por sua colaboração e sucesso sempre!

*Reportagem publicada no jornal ‘O Celeiro’, Edição 1717 de24 de fevereiro de 2022.

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