Celeiro 30 anos: Coluna de Moda jornal abriu espaço para pluralidade editorial
Em meados de 2010, o jornal O Celeiro abre portas para temas além da política e agronegócio.
Um meio de comunicação deve se dispor a dialogar com a comunidade e seus inúmeros públicos. Aos poucos, a equipe do jornal O Celeiro entendeu que precisava chegar a mais pessoas, por isso expandiu suas editorias, buscando a pluralidade de temas. Por volta de 2009/2010, o semanário incluiu a Coluna de Moda para levar informações sobre comunicação e imagem. Muitas dicas foram dadas, e o espaço conquistou o coração de muita gente. Quem comprova essa informação, são as três colunistas que já passaram pelo jornal e contam como foi a experiência. Thays Sabei, Betânia Marin e Ana Kantovick emprestaram seu talento e conhecimento para aproximar e simplificar a moda. Cada uma viveu uma fase diferente e presenciou novos meios de comunicação influenciando as tendências mundiais.
A primeira colunista de moda do jornal O Celeiro foi Thays Sabei, que à época acabara de concluir sua graduação em moda. Neste período, as redes sociais estavam começando a se popularizar. Ao assumir essa reponsabilidade, Thays queria levar informação de qualidade. “Eu amava falar sobre moda. A internet não era o que é hoje, não havia tantas redes sociais. Queria muito tornar a moda acessível para Campos Novos e quebrar a crença das roupas conceituais de desfiles, que na época era algo inalcançável. Através da coluna eu queria mostrar que era possível utilizar a moda e as tendências. É possível adaptar-se”, relembra Thays.
Após alguns anos, envolvida com seus projetos pessoais, a hoje empresária, cedeu lugar para a jovem Betânia Marin, que apesar da pouca idade entendia muito do assunto. Betânia resume a experiência como gratificante. “Eu era muito nova e foi uma responsabilidade grande. Eu sabia que o jornal era conhecido e uma referência na região. Eu iniciei a coluna diante de uma geração que já estava na era da internet, na época eu tinha um blog de moda e acabei entrando no meio de comunicação impresso. Aproveitei o espaço para abordar a moda como um modo de se expressar. O que vestimos diz muito sobre nós. Foi bom saber que mais pessoas se interessavam pelo assunto. Eu me surpreendi positivamente”, diz a futura advogada.
Com as redes sociais e o meio digital já consolidada, a empresária Ana Kantovick se apresentou em 2019 para assumir a coluna de moda. Além das dicas, Ana trouxe para o jornal temas atuais que estavam atrelados a moda. “A coluna foi uma oportunidade de desmistificar a ideia que as pessoas tem da moda, aquela ideia engessada. Eu trabalho com a parte de sustentabilidade. Por exemplo, na época da pandemia, nós abordamos este tema dentro da moda. Trouxe a visão de que a moda é mais do que a roupa que estou vestindo, é uma forma de expressão e isso tem uma importância social. Em cidades menores, as pessoas talvez se perguntem: será que eu também posso usar isso? Eu me propus a quebrar este paradigma. Você pode vestir o que quiser”, destaca Ana.
Apesar de atuarem em períodos e épocas diferentes, todas são unânimes em falar sobre o reconhecimento que tiveram. “Eu nem imaginava que esta coluna iria me ajudar tanto. De certa forma eu fiquei conhecida na época. As pessoas me reconheciam. O jornal abraçou mais pessoas e se tornou acessível, pois levava assuntos variados. Nem todo mundo gosta apenas de política e agronegócio”, afirma Thays. “Foi importante abrir este espaço para atingir um outro público-alvo. Novas editorias abordando assuntos diferentes atraem mais pessoas e as aproxima do jornal”, complementa Betânia. “Eu acredito no poder de transformação da informação. Quanto mais informado você for, mais você consegue enxergar o mundo e as possibilidades diferentes. A evolução do jornal acompanhou a evolução do mundo e trazer isso para nossa região e município foi muito importante. Eu vivi a moda através dos livros e das revistas. Antes eu não tinha acesso à internet. O jornal acompanha as mudanças, conforme a sociedade vai evoluindo. Eu acredito na importância da evolução, mas tem coisas que são analógicas, como o jornal e o livro. Folhear o jornal tem uma conexão com a emoção, me remete a infância”, completa Ana.
Thais e Ana iniciaram na moda e permanecem como empresárias de sucesso na região. Betânia está concluindo a faculdade de Direito, mas afirma que pretende voltar em breve a atuar na área fashion dando continuidade ao trabalho em seu brechó. O jornal O Celeiro se orgulha de que em sua trajetória de 30 anos contou com a participação de pessoas tão competentes e a reciproca é verdadeira.
“Esta foi uma oportunidade muito positiva para minha carreira. Muitas pessoas da região conheceram meu trabalho através do jornal. É uma honra enorme e ao mesmo tempo uma felicidade, foi uma oportunidade maravilhosa. Eu fui portadora da comunicação por algum momento e fui canal para levar informações. Aconteceram coisas que me marcaram”, declarou Ana. “É gratificante saber que eu fiz parte dessa história do jornal que é tão importante para a cidade. Até hoje eu lembro com carinho porque foi muito bom para mim”, diz Betânia. “Fico super feliz e honrada em ter feito parte de um veículo que faz parte da história de Campos Novos e ser a primeira colunista do jornal. O nome do jornal tem tudo muito a ver com o município. Eu olho para trás e vejo o quanto o jornal cresceu”, afirmou Thais.
*Reportagem publicada no jornal ‘O Celeiro’, Edição 1727 de 05 de maio de 2022.