‘O que Campos Novos Precisa’ – João Batista Ramos de Almeida ‘Tita’

Segue nesta edição a série de entrevistas com o tema: “O que Campos Novos precisa”?

A entrevista é formada por oito perguntas, com o objetivo de saber a opinião de personalidades políticas, sobre o que é necessário para o progresso da cidade.

O entrevistado desta semana é João Batista Ramos de Almeida, ‘Tita’.

  • Jornal O Celeiro: Após completar 143 anos, você acredita que Campos Novos evoluiu? Qual setor você acredita que teve a maior evolução?
João Batista Ramos de Almeida, ‘Tita’

João Batista Ramos de Almeida, ‘Tita’: Campos Novos tem demonstrado ser referência não apenas em nível regional, somos o Celeiro do estado e penso que o setor do agronegócio teve participação especial no crescimento, com o trabalho bem conduzido pelas várias cooperativas constituídas em solo camponovense, e dos empresários rurais que profissionalizaram o campo, com a adoção de novas tecnologias, que oportunizaram aos nossos produtores rurais ter o aumento da eficiência e produtividade em suas propriedades. A nossa indústria metal mecânica é referência, suas soluções inovadoras atravessam fronteiras, nasceram de mentes brilhantes que desde a sua fundação acreditaram no potencial da nossa cidade. A construção civil tem alavancado novos projetos que estão trazendo visibilidade ao nosso município, muitas empresas apostando no crescimento e investindo seu capital aqui, fomentando novos empreendimento e novos loteamentos. O nosso comércio está cada vez mais estruturado, as empresas buscaram se aperfeiçoar investindo em conhecimento e oportunizando aos seus clientes ambientes modernos com opções de produtos e serviços, sendo assim os recursos ficam no comércio local, gerando emprego e renda. A área de turismo tem evoluído, mas acredito que nossa cidade tem um potencial enorme a ser explorado, principalmente na parte gastronômica, no turismo rural e na rede hoteleira.

  • O Celeiro: Avaliando as administrações anteriores e prefeitos, cite projetos que na sua opinião fizeram a diferença.

João Batista: Acredito que todo candidato tem boa intenção e propósitos focados em solucionar os problemas da coletividade, a questão é fazer melhor com a restrição de recursos. Vejo que os projetos que fizeram a diferença nem sempre são os mais visíveis, todos os prefeitos que tiveram como bandeira investimento em saneamento básico, proporcionaram serviços fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico, como abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais, isso continua fazendo toda a diferença da saúde da população. A melhoria da mobilidade urbana também teve sua participação para a fluidez do comércio, a organização do trânsito e a pavimentação urbana refletem diretamente na qualidade de vida de nossos habitantes.

  • O Celeiro: Campos Novos tem grande potencial o AGRONEGÓCIO, na sua opinião, a Administração Municipal tem focado em investimentos nesse setor? Quais são os avanços ou investimentos ainda necessários?

João Batista: O agronegócio demanda de uma boa infraestrutura das estradas vicinais, contudo nosso munícipio tem milhares de quilômetros para ser mantidos e melhorados, as propriedades rurais precisam de fluidez do transporte, para otimização dos custos provindos de suas atividades, e sendo assim acredito que esse é o maior desafio, as intemperes climáticas tem sido intensas em nossa região, e por mais que se tenha bons maquinários e mão de obra, as vezes não são suficientes. É necessário fazer um estudo técnico para avaliar a possibilidade de otimização dos serviços internos, e avaliar o quanto os serviços terceirizados podem contribuir de forma efetiva para otimização dos serviços de manutenção das estradas de nosso município. O incentivo ao pequeno produtor também contribui para fomento de atividades rentáveis que além de propiciar manter a continuidade das famílias no campo, vai oferecer uma melhor qualidade de vida, para isso ter políticas que valorizam os produtos e serviços é primordial e que grande valia para estas famílias.

  • O Celeiro: Quais setores você considera os mais FORTES de Campos Novos e o que seria necessário para fortalecer ainda mais?

João Batista: Campos Novos tem no agronegócio, uma cadeia de empreendimentos bem alicerçados, tendo como pontos fortes, solo fértil, uma posição geográfica invejável e a disponibilidade conhecimento para difusão e adoção tecnologia de ponta, para fortalecer e manter essa pujança, se faz necessário o poder público ter políticas públicas bem definidas, principalmente na manutenção de estradas responsáveis pelo escoamento da produção. É preciso promover em parceria com o setor privado, novas oportunidades de investimento, gerando novos empregos, elevando assim a arrecadação, melhorando os benefícios diretos a população através direcionamento de recursos aos setores fins como: saúde, educação e bem-estar. Além de outros pontos fortes como: turismo religioso, o turismo de negócios, provindos dos vários eventos que movimento nossa cidade em datas específicas

  • O Celeiro: Qual setor você considera o mais FRACO e que necessita de INVESTIMENTO URGENTE? o que seria necessário para alavancar este setor?

João Batista: O setor de infraestrutura é um dos principais pilares para promover competitividade das riquezas aqui produzidas, somos o celeiro catarinense, e precisamos nos fortalecer politicamente para junto com os empresários buscar recursos de maior vulto, precisamos de representatividade e projetos bem elaborados para que toda região da Amplasc seja beneficiada, temos um polo de produção, mas com muitas restrições que oneram o custo de produção, sabemos da dificuldade de buscar novos investimentos de melhoria de infraestrutura, mas com o apoio e união isso é possível.

  • O Celeiro: O que você sente que funciona em Campos Novos? E o que não funciona?

João Batista: Somos uma cidade privilegiada, com localização em um raio de 380 km dos principais portos do litoral e capitais como Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. As atividades comerciais e industriais sofreram um grande impulso com a vinda da usina, com isso a experiência de muitos que vieram para trabalhar e adotaram Campos Novos, como sua cidade para viver. É preciso dar oportunidade de profissionalização da nossa gente para que estejam preparados para as oportunidades de trabalho, converso com muitos empresários do comércio, indústria e rural e na grande maioria a reclamação é a falta de mão de obra qualificada, isso acaba limitando a ampliação dos negócios e oneram o custo de buscar pessoas é outro fator limitante da vinda de novas empresas.

  • O Celeiro: Além do AGRONEGÓCIO, que é o principal, quais outros ramos você acha que merecia mais incentivo? O turismo, cultura e lazer por exemplo, são áreas que poderiam ser mais exploradas?

João Batista: Temos em nosso povo a força, a fé, a inovação e os princípios que norteiam os uma sociedade de bem, são muitas oportunidades na área gastronômica, no turismo, em eventos esportivos de nível regional, romaria, dias de campo, exposições e shows tecnológicos, que trazem para nossa cidade pessoas de todas as regiões e isso ajuda a movimentar o nosso comércio e serviços. É preciso trazer uma constância de atividades e visitações que movimentem nossa cidade, todos os meses do ano, e quem dera todos os dias do ano, existe uma gama de turista que transitam todos os dias por nossas rodovias e sem um atrativo que viabilize essa parada de forma pontual, os recursos acabam migrando para outras cidades vizinhas já se anteciparam.

  • O Celeiro: O município tem um grande número de arrecadação, como acha que o Poder Público deveria aplicar uma forma melhor para garantir o bem-estar da população?

João Batista: Ter uma boa arrecadação não é sinônimo de disponibilidade de recursos, vejo que, sem fazer demérito, a maioria dos gestores tem seu foco na organização orçamentária, voltados para a gestão de receita e não se dá a atenção devida para o uso adequado dos recursos que custeiam a máquina pública. A falta de eficiência onera a aplicabilidade dos investimentos que realmente fazem a diferença do dia a dia da população, ter o olhar voltado para fiscalizar o uso do dinheiro público, com prestação de contas transparente, possibilita questionamentos sobre recursos aplicados de forma ineficaz. Por fim, diante desses questionamentos do que “Campos Novos precisa” afirmo que, todas essas proposições, essas ideias, esses pensamentos citados vão gerar, melhorar e reforçar muito o nosso comércio local que já é forte e que precisa simplesmente de mais um impulso para que as coisas aconteçam.

*Reportagem publicada no Jornal O Celeiro, Edição 1829 de 16 de maio de 2024.

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