Câncer colorretal em jovens cresce no mundo e preocupa especialistas

Médica do Dana-Farber Cancer Institute alerta sobre aumento de casos em pessoas com menos de 50 anos e destaca importância do diagnóstico precoce

A crescente incidência de câncer colorretal em pessoas jovens vem preocupando especialistas em saúde ao redor do mundo. Segundo a oncologista gastrointestinal Kimmie Ng, do Dana-Farber Cancer Institute e professora da Harvard Medical School, os casos em indivíduos com menos de 50 anos têm aumentado cerca de 2% ao ano desde a década de 1990, atingindo homens e mulheres em diferentes países.

De acordo com Kimmie, que dirige o Centro de Câncer Colorretal de Início Precoce, o fenômeno desafia o sistema de saúde, pois esses pacientes, muitas vezes sem histórico familiar ou fatores de risco conhecidos, recebem diagnósticos em estágios avançados. “É chocante ver pessoas jovens, saudáveis, sendo diagnosticadas com câncer em estágio 4. Isso está se tornando cada vez mais comum”, afirmou em entrevista à CNN.

Jovens enfrentam impactos emocionais e sociais

A médica ressalta que a doença traz consequências profundas para quem está no auge da vida profissional e familiar. “Oitenta por cento dos pacientes jovens têm filhos pequenos, cuidam de pais idosos e estão construindo suas carreiras”, destaca. Nos Estados Unidos, o câncer colorretal já é a principal causa de morte por câncer entre homens com menos de 50 anos e pode se tornar a principal entre mulheres até 2030.

Diagnóstico precoce é decisivo

Embora o rastreamento regular tenha reduzido as taxas gerais da doença, essa queda não se reflete nos pacientes mais jovens. Por isso, especialistas reforçam a importância da atenção aos sinais precoces — como sangue nas fezes, dor abdominal, perda de peso não intencional e mudanças nos hábitos intestinais.

Desde 2021, a recomendação oficial nos EUA é iniciar o rastreamento aos 45 anos para pessoas de risco médio. No entanto, Kimmie acredita que o foco deve estar em compreender por que os casos têm aumentado nas novas gerações.

Estilo de vida e ambiente podem influenciar

Pesquisas indicam que fatores ambientais e comportamentais, como obesidade, sedentarismo e dietas ricas em carne processada e açúcar, estão relacionados ao crescimento da doença. “O risco aumentou em cada geração após 1950, o que sugere influência ambiental”, explica Kimmie. Mesmo assim, ela observa que muitos dos pacientes diagnosticados mantêm hábitos saudáveis, o que aponta para causas ainda não totalmente compreendidas — como microplásticos e alterações no microbioma intestinal.

Testes genéticos e prevenção

A médica também recomenda testes genéticos para todos os diagnosticados com câncer em idade jovem, já que síndromes hereditárias, como a de Lynch, podem estar envolvidas. Além disso, conhecer o histórico familiar é essencial para definir quando iniciar os exames preventivos.

Normalizar o diálogo sobre o corpo

Para Kimmie, é fundamental eliminar o tabu sobre sintomas intestinais. “Precisamos normalizar essas conversas. Médicos devem perguntar rotineiramente se há sangue nas fezes ou mudanças no funcionamento intestinal”, afirma.

O alerta é claro: detectar cedo salva vidas. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores são as chances de cura.

*INFO: REDE CATARINENSE DE NOTÍCIAS
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