Novo romance da escritora camponovense será lançado em breve.
A escritora e professora Ivone Zanella Cordeiro, de Campos Novos, está prestes a lançar sua quinta obra literária: “Ecos do Silêncio”. O livro, que será apresentado ao público nos próximos meses, marca uma nova fase da autora, que desta vez mergulha em um romance com base real, nascido de uma história contada de forma simples, mas profundamente tocante.
Ivone revela que a inspiração para o enredo surgiu em um momento inesperado.
“Tudo começou em uma antessala de consultório, em Florianópolis. Eu aguardava atendimento e acabei conhecendo uma senhora que começou a conversar comigo. Ela me contou sua história de vida, que era diferente, tinha um quê de extraordinário”, recorda.
Segundo a escritora, essa mulher pediu que sua trajetória fosse transformada em livro mesmo que ficcionalizada para que ficassem “rastros” de sua experiência.
“Ela queria que essa história ganhasse o mundo, porque serviria como exemplo para outras pessoas. Disse que se reconheceria na obra depois.”
A escritora destaca que a mulher tinha uma notável capacidade de síntese ao narrar sua vida, o que facilitou o processo de compreensão e criação.
“Ela era muito falante e conseguia resumir bem o que tinha vivido. E eu, com essa minha sensibilidade de captar as entrelinhas, consegui entender a essência. Foi possível colher toda a trajetória dela”, comenta Ivone.
Mas transformar um relato real em um romance exigiu mais do que apenas escuta atenta. A autora explica que precisou “tecer fios de ficção” para construir a narrativa completa.
“Para que o livro ganhasse forma e corpo, eu precisei dar volume, criar situações, desenvolver personagens. A partir daí nasceram novos enredos também, mas todos convergindo para a história central dela, que é o coração da obra”, relata.
“Ecos do Silêncio” se diferencia dos livros anteriores de Ivone, tanto pelo formato quanto pela proposta estética. O romance não possui índice e é composto por capítulos fluidos, o que, segundo a autora, reflete a natureza artística da obra.
“É um livro bem romance do romance, sabe? Ele tem uma estrutura mais livre, mais emocional. É algo novo, um outro estilo meu. Eu diria que é uma desconstrução das obras anteriores”, explicou.
O lançamento oficial deve acontecer inicialmente em Governador Celso Ramos, no Rancho Pé na Areia, local que faz parte da vida pessoal da autora e de sua família.
“Meus filhos querem muito que o lançamento aconteça lá, porque temos casa na praia e muitos amigos naquela região, principalmente pessoas ligadas à educação e à cultura. Já formei um círculo de amizades culturais em Governador Celso Ramos, e acredito que será um evento muito especial”, contou Ivone.
Apesar disso, a escritora faz questão de garantir que Campos Novos também terá seu momento.
“Claro que vai haver um lançamento aqui na minha terra. O primeiro ou o segundo, não importa a ordem. O importante é que os camponovenses também possam conhecer Ecos do Silêncio. É o lugar onde tudo começou, onde estão meus amigos, meus leitores, e onde sempre me sinto em casa”, reforçou.
Ivone Zanella já é conhecida por seu olhar sensível e reflexivo sobre a vida e as emoções humanas. Sua trajetória literária começou com “Literarte”, obra que une literatura e arte em uma proposta de imaginação e estética. Em 2017, ela lançou “Ser e Vencer”, livro de cunho motivacional, que combina poesias e contos voltados à superação e ao autoconhecimento.
“Gosto muito das entrelinhas, do estudo da mente, das ideias. É nelas que eu encontro a essência das histórias”, afirma a autora, ao comentar sua maneira de escrever. Essa mesma sensibilidade está presente em “Ecos do Silêncio”, que, segundo Ivone, nasce da observação das pequenas coisas e dos silêncios que falam.
Embora o conteúdo da obra ainda não tenha sido revelado em detalhes, a autora antecipa que o livro carrega emoção, introspecção e reflexão, mantendo viva a proposta de unir realidade e ficção para dar voz às histórias que, muitas vezes, permanecem escondidas no silêncio.
*Reportagem publicada no Jornal O Celeiro, Edição 1903 de 06 de Novembro de 2025.
