O preço do leite está mais caro nas prateleiras dos supermercados, porém, o aumento não significa que o produtor está ganhando mais pelo produto. É o que mostra nossa reportagem de capa da edição 1435 de 30 de junho. Na prática, avaliam economistas, o pecuarista não tem poder sobre o preço, ele é simplesmente o tomador do preço que o mercado está disposto a pagar.
No campo, o aumento do custo de produção é real, como afirmam os produtores entrevistados. Período de entressafra, pastagens ruins e a própria crise econômica influenciam o orçamento do produtor. O resultado é prejuízo no bolso do consumidor, afinal o leite é produto de primeira necessidade.
Mas não é somente o leite que está mais caro nas prateleiras dos supermercados. Nesta semana, o Banco Central piorou a projeção para a inflação este ano, ou seja, a alimentação continuará em alta. Na nova estimativa, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar em 6,9%, este ano. A previsão de março era de 6,6%. A estimativa está no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado na terça-feira, 28, em Brasília.
Na economia, a inflação afeta diretamente na distribuição de renda da população. Se a inflação sobe, sobe também o custo de vida. É fato que a inflação influencia diretamente no bolso de todos nós, principalmente das classes mais baixas da população que não possuem armas para defender-se dela.
Fato também é que muito além das estatísticas e das planilhas dos economistas, a inflação tem assustado mais na vida real. E foram justamente os produtos e serviços indispensáveis às famílias que mais encareceram desde 2015.
Na prática a inflação é basicamente responsável por corroer o poder de compra dos consumidores. Por isso é importante que todos acompanhem as projeções e busquem de alguma forma driblar a carestia. Uma delas é substituir itens mais caros, tentar fazer a substituição por produtos que não tenham subido tanto. A velha lista de compras pode ser de grande utilidade em tempos de inflação acima da meta. A lista torna a compra mais objetiva e evita gastos desnecessários, desde que você se atenha ao que listou.
Por: Antonia Claudete Martins – Editora Chefe do Jornal O Celeiro
*Editorial publicado no Jornal O Celeiro, Edição 1435 de 30 de Junho de 2016.


