A busca do eu

Cleyton Luiz Silva – Filósofo

A consciência da existência é uma busca entre o que cremos que somos, aquilo que queríamos ser e o que somos de verdade. Com o tempo, portanto, percebemos que nossa existência é uma dinâmica onde o que cremos que somos é uma partícula ínfima da nossa existência, onde nada justifica o que queríamos ser e que o que somos de verdade é justamente a forma com que buscamos compreender isso que somos. Quando pensamos que estamos nos autoconhecendo, na verdade estamos nos construindo.

Somos a maneira que buscamos encontrar o que somos. O que sou de verdade?

Não existe o que sou de verdade como se existisse um ser acabado! Sou um ser em construção e o que me constrói, de fato, é a inatingível busca pelo que sou. Sem perceber que, à medida em que estou procurando o meu eu, na verdade estou construindo o que sou e, no fim, percebo que sou a minha eterna procura.

Quando estava buscando me encontrar, na verdade estava me construindo. E de tal modo que, somente depois deste entendimento é que se encontra a liberdade da existência.

Ser livre é compreender que a vida em sua natureza não tem burocracias. Nascemos, crescemos e morremos, naturalmente. Viver é permitir-se ser o que de fato somos, conhecer nossos impulsos e nossas limitações, prazeres e dores, vivendo intensamente essa construção que tem como fim a morte. A morte é o selo que lacra a insignificância macro da nossa existência.

O sentido da vida em si mesma é o nada, pois o valor real da vida é atribuído por nós mesmos no momento em que buscamos tal sentido.Portanto, o bom da vida é desfrutar de suas alegrias sem esperar justificar para isso. Sem esperar que se deva ser algo ou encontrar sua missão. Apenas viva e seja.

Por: Cleyton Luiz Silva – Filósofo

*Artigo publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1508 de 07 de dezembro de 2017.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui