Com larga experiência política, Raimundo Colombo quer voltar ao Senado

Pré-candidato pelo PSD, Colombo aponta os maiores desafios ao desenvolvimento de Santa Catarina.

“Política é a arte de liderar pessoas”, diz Raimundo Colombo, complementando que esta liderança deve lutar para dar voz e oportunidades para as pessoas combatendo a injustiça e desigualdade. Foi com este pensamento que Colombo decidiu entrar na política ainda na década de 80. Nesse meio tempo, ele já foi prefeito do município de Lages, Senador, Deputado Estadual e Federal e Governador de Santa Catarina por dois mandatos. Com uma trajetória longa, Raimundo Colombo ainda não cansou da política. Inicialmente cogitado para concorrer mais uma vez ao Governo do Estado pelo Partido Social Democrático (PSD), ele diz que decidiu dar espaço para novos nomes e optou pela disputa ao Senado no pleito de 2022. Apesar de considerar relevante a renovação política, o pré-candidato afirma que a experiência é fator de equivalente importância. Em visita a região Meio-Oeste, Colombo passou por Campos Novos e conversou com a imprensa sobre sua decisão, além de pontuar situações que devem ser pensadas visando o desenvolvimento de Santa Catarina.

Com uma boa imagem em todo o Brasil, o Estado de Santa Catarina se destaca pelos números expressivos e bons resultados se comparado aos outros estados. Para Colombo, apesar do grande desenvolvimento, o estado ainda tem muito o que melhorar. “Fomos nos últimos anos o estado que mais cresceu no Brasil. Temos orgulhos das conquistas e hoje somos um protagonista. Somos chamados em Brasília de a Suíça brasileira, e acham que o estado não precisa de mais nada. Isso não é verdade. Temos de combater esse discurso, pois ele é injusto. Nosso per capita é menor do que Paraná e Rio Grande do Sul. Combater isso é pré-requisito no mandato de quem for eleito como representante de Santa Catarina como Deputado Federal ou Senador”, dissertou o ex-governador.

Sobre os problemas e desafios em Santa Catarina ele citou alguns que são de maior urgência:

Saúde: “Em médio e longo prazo o maior problema é a saúde. Os remédios e os exames estão muito caros. O SUS está com uma fila muito grande. Temos no estado mais de cem cirurgias eletivas represadas. A tendência é piorar. A mudança demográfica é grande. Em 2050 teremos mais pessoas no Brasil com mais 65 anos do que jovens abaixo dos 17 anos. Haverá um aumento de custo e de demanda para a saúde. Estamos vivendo mais e por mais tempo”.

Educação: O desafio é implantar e colocar à disposição da sociedade um sistema tecnológico e avanços disponíveis. Teremos uma geração moderna, mas uma grande parte não tem acesso a isso e a injustiça aumenta profundamente.

Infraestrutura: Temos um grande desafio, principalmente no Oeste de Santa Catarina. O setor do agronegócio cresceu muito. O número de caminhões que passaram a circular por aqui aumentou bastante. Antes passavam 5 caminhões, hoje passam vinte. As estradas continuam da mesma forma, sobretudo as federais. O agronegócio vai continuar crescendo, vamos aumentar a produção, temos que chamar a atenção do Governo Federal para que ele faça as obras e o estado continue fazendo as que começou. Precisamos discutir as alternativas e encontrar soluções para agir rapidamente. Ainda temos o sonho da duplicação das rodovias”.

Economia: Houve uma inflação muito alta, que gera uma injustiça grande. O poder de compra está se perdendo. Não adianta o Governo do Estado estar com o caixa cheio. Houve o aumento do Leite, do gás de cozinha. Nos supermercado tudo aumentou, mas o salário não. É uma inflação de consumo e não de demanda. Os custos subiram muito”
Quem paga esta conta alta é a sociedade. Os políticos em atividade têm o dever de promover melhorias que impactem positivamente a vida das pessoas. Colombo afirma que para isso é necessário a união de forças, e o estado tem essa possibilidade. “Há três senadores de Santa Catarina. Temos condições de fazer um bom trabalho juntos para fazer um estado mais forte”.

Apesar de acreditar que a renovação é importante na política, o pré-candidato defende a ideia de que os partidos devem abrir espaço tanto para os novatos quanto para os que tem experiência. “É muito bem-vinda a renovação, ela precisa existir. Temos de ter uma base intelectual da sociedade. É preciso ter visão para o futuro e abrir espaço para o novo, para novos talentos e linhas de pensamento. Hoje os partidos são só uma máquina eleitoral, por isso a política está no fundo do poço. A experiência é um ativo em qualquer momento e deve se relacionar bem com o novo. Minha experiencia tem de estar a serviço do futuro. O cidadão quer segurança, experiência e previsibilidade. O novo é importante, mas não dá para abrir mão da experiência”, afirma Colombo. Ao falar sobre renovação, ele citou a pré-candidatura do ex-prefeito de Campos Novos, Silvio Alexandre Zancanaro, que considera um nome forte e de renovação.

Ligado ao agronegócio, Raimundo Colombo também falou sobre o olhar para Campos Novos e região Oeste, grande berço do agro catarinense. “Eu e minha família somos da região, eu sou um empresário rural. A identidade com a atividade nos aproxima. O mundo vai continuar consumindo alimentos. Nosso modelo é de alta produtividade e de grande relacionamento internacional, somos referência no mundo. Os próximos dez anos são de grande oportunidade. Campos Novos é um celeiro agrícola reconhecido, as cooperativas que tem aqui são referência de boa gestão e bons resultados. A vida das pessoas melhorou. O meu compromisso é continuar as lutas que realizamos ao longo do tempo. Já temos um serviço prestado no passado. Mas temos de olhar para o futuro. Queremos continuar com a nossa identidade”, finalizou o pré-candidato ao Senado.

*Reportagem publicada na Edição 1736 de 07 de julho de 2022.

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