Quase metade das pessoas que tomaram a primeira vacina contra Covid, não chegaram na terceira dose.
Toda aquela mobilização em busca por vacinas, visto num passado nem tão distante, lembra a realidade atual do nosso município. O contraste é tão grande, que em comparação aos últimos dois anos, a busca por vacinas de Covid, por exemplo, representa uma queda de aproximadamente 90%. A informação é da Enfermeira Francieli Osório de Moraes, que ressalta que a vacinação contra a Covid-19 não parou em nenhum momento no município, e que as três salas de vacina (PAM, Nossa Senhora de Lourdes e Aparecida) possuem doses disponíveis para adultos e crianças.
“Desde o ano passado estamos dando continuidade à vacinação, os mutirões foram suspensos, uma vez que as salas de vacinas dão todo esse suporte e também porque não vimos mais essa necessidade, devido à baixa procura. A maior demanda hoje é por pessoas que estão entrando em empresas que exigem determinadas doses ou ter o esquema vacinal completo”, afirmou Francieli.
Para a profissional, essa queda na procura por vacinas se deve a um conjunto de fatores, um deles é a taxa de letalidade da doença, que caiu exponencialmente neste último ano.
“Como os casos diminuíram, os óbitos diminuíram, as pessoas pararam de ver isso como risco, antes a incidência de óbitos era muito maior. A Covid acabou se tornando um sintoma gripal, mas assim como a H1N1, a Covid vem sofrendo mutações, como já passou pela Ômicron, os vírus se transformam e ocasionam outros tipos de agravos à saúde, principalmente não estando imunizada, e isso nos preocupa”, comentou.
Para o governo, o país ainda continua em estado de pandemia, por isso a necessidade de produzir relatórios diários e enviá-los para o Ministério de Saúde. De acordo com a enfermeira, Campos Novos passou um bom período sem registrar novos pacientes contaminados com o Coronavírus, mas a partir de dezembro retornaram os casos e atualmente são em média de 5 a 6 pacientes positivados por dia.
“Nossas salas de vacinas contam com as doses Bivalente para Covid, diferentemente da Monovalente, já tem a proteção contra a Ômicron. O esquema da bivalente será como a da Influenza, uma vez ao ano, porém, para tomar uma dose da bivalente necessita ter duas doses da monovalente. A bivalente está disponível para grupos prioritários, idosos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde e pessoas com comorbidades”, esclareceu Francieli.
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, até o momento o município já aplicou cerca de 600 vacinas Bivalente, sendo 323 doses em pessoas de 70 anos ou mais; 266 doses em pessoas de 60 a 70 anos; 10 doses em imunossupressor; e 03 doses em profissionais da saúde.
“É importante que todos estejam imunizados com a vacina Bivalente, principalmente o profissional da saúde, que tem o contato direto com as pessoas doentes e em virtude disso está colocando em risco a sua saúde e de pessoas próximas ao seu convívio”, ressaltou.
Vacinação contra Influenza
A vacinação para Influenza no município iniciou no último dia 11 de abril. Conforme a enfermeira Francieli, a procura de início foi alta, porém deu uma diminuída considerável na última semana. Ela explica, que diferente dos anos anteriores, a vacinação contra Influenza neste ano foi liberada para todos os grupos prioritários de uma única vez. A meta é imunizar 95% da população.
“Tem nos chamado a atenção os casos de Influenza, em sua maioria apresentam sintomas gripais, e o que nos preocupa é que em 2019 tivemos óbitos pela influenza, e a procura pela vacina da Influenza, a exemplo da Covid, também é muito baixa”, salientou.
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacinação da Influenza não é considerada obrigatória para crianças, porém os profissionais da saúde recomendam a aplicação, inclusive no público infantil. A enfermeira esclarece que a vacina não impede o resfriado comum, mas é eficaz no combate à H3N2, um vírus que pode levar ao óbito, e que é mais propício ainda em crianças e idosos.
A baixa procura também traz preocupações quanto ao prazo de validade das vacinas. Mesmo realizando grandes forças-tarefas, como a realizada no último final de semana, com o Sábado D Imunização, o risco de perder vacinas é iminente.
“A gente sempre deixa as vacinas com menor prazo para frente, como somos um município com bastante população, a regional nos manda as vacinas com um prazo de vencer mais curto, tem casos que por esse motivo acabam indo vacinas fora, neste ano, cerca de mil vacinas da Influenza foram jogadas fora, mesmo realizando os mutirões de incentivo à vacinação”, informou Francieli.
Por fim, a profissional faz um apelo à comunidade camponovense, que se conscientizem sobre a importância de se imunizar e cuidar da própria saúde.
“Indicamos a vacinação a todos os públicos, é importante que todos estejam imunizados. Neste sentido, também recomendamos às pessoas que mantenham os ambientes o mais ventilados possíveis, se já estiver com sintomas gripais, se proteja, use máscara, inicie com antigripal, evite contato físico com outras pessoas, mantenha as mãos higienizadas e procurem adotar hábitos saudáveis, prática de exercícios físicos e uma alimentação adequada”, complementou.
*Reportagem publicada no Jornal O Celeiro, Edição 1775 de 20 de abril de 2023.