Saúde mental em foco, a importância do CAPS na comunidade

Unidade trabalha com atendimento a saúde mental.

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Campos Novos, oferece uma variedade de atendimentos voltados para pessoas com transtornos mentais e com problemas relacionados ao uso de substâncias químicas.

SERVIÇOS OFERTADOS

Entre os serviços oferecidos estão o atendimento individual de consultas com profissionais da saúde mental, como psicólogo e psiquiatra, para avaliação e acompanhamento.

Atendimento em grupos terapêuticos que promovem o compartilhamento de experiências e o apoio mútuo entre os participantes. Atividades culturais e recreativas, com oficinas e atividades que estimulam a criatividade, a socialização e o bem-estar dos usuários.

Acompanhamento familiar, com orientação e suporte às famílias dos usuários, ajudando a lidar com as questões relacionadas à saúde mental. Aconselhamento, apoio emocional e psicológico para ajudar os usuários a enfrentarem suas dificuldades. Intervenções em crises, com atendimento emergencial para situações críticas, visando estabilizar o usuário. Reabilitação Psicossocial, com programas que visam reintegrar os usuários à sociedade, promovendo habilidades sociais e autonomia.

Orientação sobre medicamentos, acompanhamento do uso quando necessário, com orientações sobre sua utilização e efeitos. Buscando ser um espaço acolhedor, promovendo a saúde mental de forma integral e humanizada.

Flávio Bittencourt

A equipe do Jornal O Celeiro, conversou com o enfermeiro especialista em psicopatologia e coordenador do CAPS, Flávio Bittencourt, sobre a estrutura e trabalhos realizados.

“O CAPS foi inaugurado em 6 de setembro de 2002 e é um dos mais antigos da região, já passou por três locais e atualmente está em um espaço próprio, calmo e acolhedor, que facilita o atendimento. Funciona de segunda a sexta-feira, com uma equipe multiprofissional composta por médico, enfermeiro, terapeuta ocupacional, assistente social, psicólogo, entre outros. O foco é atender pessoas que estão passando por momento de sofrimento mental ou transtornos mentais que estão em crise, dessa forma, a equipe multiprofissional trabalha de forma conjunta oferecendo tratamento adequado e personalizado evitando ao máximo internações indesejadas, assim, promovendo a saúde mental, é proporcionado ao paciente ambiente favorável para que consiga recuperar-se junto aos seus familiares e sociedade, abandonando o antigo modelo manicomial ” informou, Flávio.

NÚMERO DE ATENDIMENTOS

Flávio também informou que o CAPS, atende uma população de cerca de 40 mil habitantes e enfrenta desafios devido à demanda, especialmente para casos relacionados a dependência química, álcool, drogas e transtornos mentais variados.

Realizando cerca de 600 atendimentos mensais, sendo que, em média, 10 novos pacientes são atendidos semanalmente, 6 deles com questões de saúde mental e 4 com dependência química. Esses atendimentos incluem consultas regulares e intensivas.

A população atendida no CAPS apresenta uma divisão de 40% de dependência química, incluindo etilistas e usuários de drogas ilícitas como crack, cocaína e maconha. Os outros 60% correspondem a questões de saúde mental, envolvendo pacientes com depressão e desordens emocionais.

“A entrada dos pacientes geralmente ocorre pela atenção básica, onde são realizados encaminhamentos a partir da avaliação nos postos de saúde. Os pacientes que precisam de atendimento no CAPS são avaliados e recebendo encaminhamentos para psiquiatria, psicologia, terapia ocupacional ou assistência social conforme necessário. Os médicos dos postos de saúde, ao identificarem um caso que não seja tão grave, pode tentar um tratamento inicial de 1 a 3 meses. Se não houver melhora, o paciente é encaminhado para nós” comentou, Flávio.

ATENDIMENTOS E CAPACITAÇÕES

Atualmente, o CAPS conta com nove profissionais para atender a demanda crescente de pacientes ao longo de seis anos. A equipe trabalha em conjunto com a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), mas há uma necessidade de ampliar tanto o número de funcionários quanto o espaço.

Apesar de já terem conseguido um carro novo para facilitar o trabalho, ainda estão buscando aumentar a equipe, incluindo mais um técnico de enfermagem. Eles também estão prestes a contar com um segundo médico, que será um psiquiatra, além do clínico geral já existente. Essa ampliação é uma prioridade para melhorar os atendimentos.

“A equipe do CAPS participa regularmente em seminários sobre saúde mental e dependência química. Além disso, eles realizam palestras em diversas instituições. O CAPS vem atuando em parceria com o Rotary, e nos últimos anos, vem desenvolvendo ações alusivas ao Setembro Amarelo, mês de Prevenção do Suicídio, ações estas que se desenvolvem na imprensa escrita ou falada com data para o encontro no dia 28 de setembro na praça Lauro Miller, com várias atividades promovendo saúde mental. Este Centro de Atenção Psicossocial está sempre envolvido em campanhas de conscientização e prevenção”

Os profissionais também realizam visitas no interior do município, como na comunidade do Ibicuí, e Barra do Leão, para atender pacientes, especialmente aqueles que têm dificuldades em se deslocar até o CAPS. O coordenador Flávio destaca que um dos principais desafios enfrentados é o preconceito da sociedade, que faz com que muitos evitem buscar ajuda devido ao estigma associado ao tema “saúde mental”.

Ele enfatiza que o local é um espaço de acolhimento para pessoas que enfrentam desequilíbrios emocionais e que não existe “normalidade” absoluta, “para nós o que existe são pessoas mentalmente equilibradas”. Pacientes podem procurar primeiro os postos de saúde, que são a porta de entrada para atendimento, ou ir diretamente ao CAPS, onde serão avaliados e encaminhados conforme a gravidade do caso.

DICAS E CUIDADOS

“Para promover a saúde mental, é importante que cada pessoa encontre atividades prazerosas que a façam feliz, já que a felicidade é algo pessoal. Sugestões incluem caminhar no final da tarde, atividades religiosas, tempo de qualidade com a família, praticar esportes, desenvolver hobbies entre outros. Essas dicas podem fazer uma grande diferença na vida de alguém” destacou.

Se precisar de ajuda, entre em contato com Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo telefone 188, ou através do chat online pelo site cvv.org.br, um canal de atendimento 24 horas, oferecendo suporte emocional e garantindo o anonimato.

Ou entre em contato diretamente com a equipe do CAPS, através do telefone: (49) 3090-2163.

*Reportagem publicada no Jornal O Celeiro, Edição 1848 de 26 de setembro.

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