A China aumentou em 31% a compra de soja brasileira em agosto, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados revelados pelo jornal O Estado de S.Paulo. O movimento foi essencial para manter o superávit da balança comercial brasileira, em um cenário de retração de 18,5% nas exportações para os Estados Unidos, impactadas pelo tarifaço de 50% imposto por Washington.
O crescimento das exportações reforça o alinhamento estratégico entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, que têm fortalecido a cooperação diplomática e econômica entre os dois países.
“Essa parceria é um elemento crucial para assegurar o abastecimento de alimentos da China e a competitividade do agronegócio brasileiro”, destacam analistas do setor.
Superávit garantido e diversificação de mercados
O aumento da demanda chinesa ajudou o Brasil a encerrar o mês de agosto com superávit 3,9% maior em relação a 2024. Além da soja, o país foi beneficiado pela alta de 40,4% nas exportações para a Argentina, impulsionada pela venda de automóveis.
A estratégia chinesa de diversificar fornecedores de grãos é resultado direto da guerra comercial com os EUA. O jornal estatal Global Times destacou que os agricultores americanos estão “perdendo bilhões de dólares em vendas para a China, justamente no auge da temporada de comercialização”, abrindo espaço para Brasil e Argentina ampliarem participação no mercado.
Brasil se torna parceiro prioritário
Historicamente, cerca de metade da soja produzida nos Estados Unidos tinha a China como destino. Com o deslocamento da demanda para a América do Sul, Pequim garante mais segurança alimentar e reduz a dependência de Washington.
Para o Brasil, o cenário reforça sua posição como fornecedor estratégico de alimentos e evidencia o impacto positivo da diplomacia ativa do governo Lula, que busca fortalecer a presença brasileira no comércio internacional e ampliar mercados para o agronegócio.
Fonte: 247


