Cenário é de cautela para a economia em 2016

Guido Riffel, Economista
Guido Riffel, Economista

Economista Guido Riffel afirma que além dos fatores do ponto de vista econômicos, falta de credibilidade do governo Dilma também compromete a economia brasileira.

O governo adiou ajustes na economia do país por conta do ano eleitoral vivido em 2014 e em 2015, as perdas foram inevitáveis. Segundo o professor de economia da Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc, Guido Riffel, aumento de impostos, combustíveis e energia elétrica provocaram a escalada da inflação, que deve fechar com índice bem além do que previa o governo. A falta de credibilidade do governo Dilma também contribui para que a inflação se mantenha em alta, avaliou o economista.

“A energia aumentou demais, 30, 40 e 50% de aumento. Quais são as duas causas que podem aumentar a inflação? Uma é o aumento de preços e a outra é a demanda, que foi incentivada com as facilidades na compra de veículos e produtos da chamada linha branca. Posteriormente, para segurar isso, o governo provocou o aumento ou a volta dos impostos e isso também causou a inflação. Hoje já não são apenas os aumentos que provocam a alta da inflação, mas também a falta de credibilidade do governo”, analisou Guido.

Fator agravante, avalia também o economista, é que tanto no Governo, quanto no Congresso, a preocupação maior é com manutenção de cargos e pouco se importam com a situação econômica do Brasil. “Não encontramos ninguém na alta esfera, em qualquer uma delas, preocupados com o povo brasileiro. Eles não estão se preocupando com a situação do Brasil, mas com eles mesmos, exatamente em manter seus cargos. Pecado da Dilma qual foi? Falta de gestão, ela não está conseguindo administrar e infelizmente permitiu que colocassem a mão. Acabaram com o Brasil, com a Petrobrás, por exemplo e na empresa tem muita gente que é sócio e está amargando o prejuízo. Além de propinas, desvios, que mesmo com toda a eficiência da Polícia Federal, estão acontecendo”, comentou Guido Riffel.

É preciso movimentar a economia

Com um PIB de menos 3,5% no atual cenário, a projeção para 2016 é de um Produto Interno Bruto de menos 1,5%, além da inflação que vai fechar o ano em dois dígitos. A projeção para inflação em 2015 é acima de 10%. Na última estimativa divulgada por instituições financeiras, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o índice inflacionário passou de 10,44% para 10,61%. A meta do Governo era de 4% a 4,5%. E no Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central também foi elevada a expectativa para inflação em 2016, de 6,7% para 6,8%. Os dados foram publicados na última semana. Já a taxa de juros abriu 2015 com 11%, chegou a 14% e a perspectiva é que feche 2016 em 12%, informou o economista.

Guido Riffel aponta como uma das saídas, medidas emergenciais para movimentar a economia brasileira. “É exatamente a movimentação da economia, onde todos tenham a oportunidade de ganhar, por exemplo, alguém que tenha a necessidade e alguém que produza esta necessidade. É o que está acontecendo agora na Argentina. Porque aqui no Brasil, o agronegócio é o único setor produtivo que está superavitário”, exemplificou.

Cautela e planejamento são palavras de ordem para 2016

Fazendo uma referência ao dito popular, que a esperança é a última que morre, Guido Riffel, afirma que é preciso ser otimista e acreditar em uma leve recuperação em 2016. “Lógico que ninguém tem uma bola de cristal, porém, mesmo que se façam todos os ajustes necessários, a recuperação da economia será lenta. O dólar, a previsão é que feche o ano que vem em US$ 4,15 e US$4,20”, informou.

Para os consumidores, planejamento e cautela são as dicas do economista. “A palavra chave para o início de ano é um planejamento muito bem feito. Uma é de você conhecer a sua real situação. Saber quanto você ganha e quanto e onde você gasta. É uma situação bastante delicada para o próximo ano, mas não devemos perder as esperanças e procurar dentro desta situação, ter a melhor qualidade de vida possível. A todos deixo os votos de um Feliz Natal e um Ano Novo de prosperidade”, finalizou Guido Riffel.

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