Os 25 anos do Jornal O Celeiro

A partir desta edição, nossa redação trará neste espaço, a participação de leitores e colaboradores, falando sobre a trajetória dos 25 anos do Jornal O Celeiro, comemorados neste mês de junho. Nosso primeiro colaborador é o advogado José Patrício Neves da Fontoura, ele, que na edição inaugural do impresso, já nos escreveu um artigo. Com muita honra, hoje ele nos fala sobre esta trajetória. Confira.

Bodas de Prata – O que mudou em 25 anos?

O ano era 1992. Minha filha acabara de nascer. Na época, aos 32 anos, eu era o presidente da OAB camponovense, recém-criada. Parece que vivíamos, naquele ano, um período de nascimentos. Collor seria deposto e a Nação Brasileira tinha em PC Farias, seu inimigo público número um, renascendo em sua jovem democracia pós-ditadura militar.

Dentre todos estes nascimentos surgia em Campos Novos um novo jornal, aspiração de sua fundadora e proprietária, a jornalista Alceni Basso. O nome não poderia ser mais apropriado, considerando-se a nossa natureza voltada ao agronegócio: O Celeiro!

José Patrício Neves da Fontour

Naqueles idos, já em seu exemplar de estreia fui convidado para escrever um pequeno artigo sobre as mudanças na legislação eleitoral que já valeria para o pleito daquele ano. A nova lei, no desejo de já evitar que a corrupção, que havia derrubado o presidente da república, previa que os candidatos deveriam fazer declaração pública de seus bens, a ser registrada em cartório.

De nada adiantou. 25 anos se passaram e ao que parece, as coisas só pioraram no aspecto político no Brasil.

Logo em seguida, com Collor deposto, Itamar Franco assume, na condição de vice, a presidência da República, sendo, em seguida, sucedido por Fernando Henrique Cardoso. O Plano Real de 1994 acabou com a inflação. Nossa moeda, o novo real, adquiria força e estabilidade, se comparando em pé de igualdade com a moeda americana.

Passados os bons ventos, sobreveio a crise mundial de l998, com o Tio Sam quase indo a bancarrota, fruto de uma crise bancária sem precedentes. A marola que Lula previa, chegou aqui sob a forma de tsunami, agravado pela roubalheira que a Operação Lava Jato traria a lume, fazendo a Petrobrás dobrar os joelhos e quase quebrar.

Triplex, sítio em Atibaia, apartamento em São Bernardo, contas no Exterior, JBS, BNDES, delação premiada, tudo isso fazendo Fernando Collor de Melo e Paulo Salim Maluf, regredir à condição de trombadinhas.

Mas, nas nossas vidas, o que realmente mudou nestes vinte e cinco anos?

Muita coisa. A internet entrou nas nossas vidas de forma definitiva e ao que tudo indica, para nunca mais sair. O aparelho de fax, o tal de fac-simile, entrou sob a pompa de instrumento altamente tecnológico e, assim como veio, saiu de moda, apesar dos bons serviços que nos prestou.

Smartphones substituíram os celulares, grande novidade daquela época e que eram símbolos inquestionáveis de status e poder, ostentados com garbo na cinta por pessoas de maior capacidade aquisitiva. Então, quem tinha um Startac era tido como milionário.

A privatização das telefônicas massificou os celulares, barateando seu custo, levando-os a todas as camadas sociais. Vieram os smartphones, dotados de câmera fotográfica, de vídeo, gravador de voz, acesso à web com planos de dados ilimitados, facilitando a vida das pessoas. Telefones fixos, que outrora eram até opções de investimento, caíram no desuso.

Notícias, que antes eram diárias e lidas no café da manhã, se tornaram instantâneas, mudando o mundo a cada minuto. Como pode, então, um jornal que circula até hoje somente às quintas feiras, sobreviver ?

A resposta é simples: talento jornalístico e muita sensibilidade para escolher as notícias que interessam e as matérias que atraem a curiosidade da nossa gente. O jornal mudou de dono. A Alceni mudou de ares, mas a essência ficou, condenando os outros concorrentes que se aventuraram a competir com o Celeiro nesta longa jornada.

Em um casamento as Bodas de Prata sintetizam o período em que o casal, pela longa convivência navega em águas de harmonia e cumplicidade, distanciando-se a cada dia da figura assustadora do divórcio.

Na vida do Celeiro se constata que o casamento com a população camponovense e da região deu mais do que certo. Sua longevidade expressa o sucesso de que desfruta em nossas vidas, fruto da credibilidade que conquistara ao longo desta jornada de vinte e cinco anos.

Parece que foi ontem. Minha filha cresceu (é quase médica), nosso mundo mudou muito, mas desde que que escrevi aquele pequeno texto na edição inaugural uma coisa é certa: todas as quintas-feiras eu aguardo ansiosamente O Celeiro para ver o que aconteceu na nossa comunidade.
Obrigado. Por tudo.
Parabéns!

*Reportagem publicada no Jornal O Celeiro, Edição 1481 de 01 de Junho de 2017.

1 COMENTÁRIO

  1. Dr. Patrício, dentre tantos outros colaboradores, emprestou sua credibilidade para dar credibilidade ao jornal O Celeiro desde a primeira edição. A história do jornal está diretamente relacionada à história de cidadãos comprometidos com a comunidade camponovense, à exemplo dos advogados e OAB/Subseção Campos Novos que ‘compraram’ o projeto de um jornal como instrumento para impulsionar o desenvolvimento. Campos Novos está muito diferente do que era em 1992. É uma cidade organizada, limpa, com infraestrutura em várias áreas essenciais. A imprensa contribuiu muito para Campos Novos chegar ao que é hoje e oferecer qualidade de vida à sua população. Agradeço imensamente ao Dr. Patricio, que está sempre em minhas melhores lembranças – pelo apoio e incentivo. Abraço.

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