Dia Mundial do Diabetes

Data é lembrada em 14 de novembro e alerta para os riscos aos portadores da doença que cresce no mundo inteiro.

Carlos Antunes

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela IDF (International Diabetes Federation), em conjunto com a OMS (Organização Mundial da Saúde), em resposta às preocupações sobre os crescentes números de diagnósticos no mundo.

A data tornou-se oficial pela ONU (Organização das Nações Unidas) a partir de 2007, com a aprovação da Resolução das Nações Unidas 61/225. O dia 14 de novembro foi escolhido por marcar o aniversário de Frederick Banting que, junto com Charles Best, concebeu a ideia que levou à descoberta da insulina em 1921. Para esse ano, o tema escolhido para a campanha foi “Mulheres e Diabetes: nosso direito a um futuro saudável”.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o problema atinge 14,3 milhões de pessoas em todo o Brasil. Hoje, o País já é o quarto do mundo em número de pessoas acometidas. O alerta nacional é para colocar em foco o diabetes, e principalmente poder diagnosticar precocemente, tratar e dar a atenção e assistência a pacientes com diabetes. A campanha completa 26 anos em 2017, tendo como objetivo divulgar a todos os interessados a importância de se colocar em discussão um problema de saúde pública tão importante e que demanda uma maior atenção por parte da grande população.

O Brasil tem 14,3 milhões de pessoas com diabetes e metade não sabem que têm o problema. Isso representa 9,4% da população brasileira e atualmente morrem 130.700 pessoas devido ao diabetes no Brasil. No mundo um em cada 11 adultos têm diabetes no (415 milhões de pessoas) e um em cada dois adultos com o problema ainda não foi diagnosticado.

Em 2040 a IDF estima que serão 642 milhões de pessoas com diabetes,  principal causa de cegueira, falência renal e amputações de membros inferiores.  A mortalidade devido ao diabetes é maior do que o HIV/AIDS, tuberculose e malária somados. Ou seja, uma morte a cada seis segundos.

O médico Carlos Antunes, diabetologista (estudioso do diabetes), falou sobre a doença, que é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina ou incapacidade da insulina exercer seus efeitos adequadamente. A doença pode apresentar sintomas ou ser silenciosa e ou assintomática. “A apresentação clássica do diabetes, os sintomas mais comuns são poliúria (muita urina), polifagia (muita fome e emagrecimento) e polidipsia (muita sede), dor nas pernas, fraqueza, astenia, perda da vontade. Porém, às vezes o diabetes não apresenta sintoma nenhum, a pessoa descobre em função de outra doença. Por exemplo, uma pneumonia faz um check-up e descobre que tem diabetes. A doença diminui a resistência da pessoa a qualquer tipo de infeção. Uma pessoa com diabetes tem que aumentar a quantidade de tratamento”.

O diabetes mellitus (DM) pode ser do tipo 1 ou do tipo 2. No tipo 1, a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem o que chamamos de destruição autoimune. Os portadores de diabetes tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais. Há risco de vida se as doses de insulina não são dadas diariamente.

O Diabetes tipo 2  é chamado de diabetes não insulinodependente e tem alguns tipos específicos e o gestacional. O tipo 2 corresponde a aproximadamente 90% dos casos de diabetes e ocorre  com maior frequência em virtude de maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse da vida urbana. No diabetes tipo 2 encontra-se a presença de insulina, porém sua ação é dificultada pela obesidade, o que é conhecido como resistência insulínica, uma das causas de hiperglicemia.

Por ter poucos sintomas, o diabetes, na maioria das vezes, permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro, entre outros órgãos. Dr. Carlos comentou a magnitude do problema, informando que o aumento do número de Diabetes pode ser em virtude de alguns fatores como do crescimento e envelhecimento populacional, da maior urbanização , da progressiva prevalência da obesidade e sedentarismo e da maior sobrevida dos pacientes com DM e aparecimento de doenças hereditárias.

Logo que descoberto o diabetes deve ser tratado agressivamente desde o início da doença. “A primeira consulta do diabético é chamado de momento de ouro, porque ali se você tratar bem o diabetes, vai demorar muito para aparecer as complicações crônicas por causa de um fenômeno chamado memória metabólica. Memória metabólica é a herança que o paciente recebe no início do tratamento,  apresentando menor risco de complicações crônicas, como derrame e infarto”, alertou Carlos Antunes.

“O diabetes não tira férias” e o “DM pode escolher entre viver mil anos a dez quilômetros por hora ou viver 10 anos a mil quilômetros por hora”. As frases foram citadas pelo médico que constantemente se aperfeiçoa nos estudos sobre a doença, participando de congressos e cursos. Desde quarta-feira (15) e até domingo (19), Dr. Carlos participa do XXI Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes em São Paulo.

*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1505 de 16 de Novembro de 2017.

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