Movimento foi realizado no Cetrecampos, em Campos Novos.
Com o objetivo de avaliar os principais aspectos da safra 2024/2025 e projetar estratégias para o próximo ciclo agrícola, a Epagri e a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Campos Novos (AEACN) promoveram uma reunião técnica no Cetrecampos, Epagri.
O encontro reuniu representantes dos departamentos técnicos de cooperativas da região e profissionais do setor agropecuário.
A cultura da soja esteve no centro das discussões. Conforme apresentado durante a reunião, a safra 2024/2025 alcançou uma produtividade média de 68 sacas por hectare em Campos Novos.
A área plantada foi de aproximadamente 65 mil hectares. Apesar dos bons resultados, o cenário ainda traz desafios importantes para o desenvolvimento sustentável da atividade.
Entre os principais pontos abordados estiveram o uso de insumos, o manejo do solo e o controle de plantas daninhas.
Os participantes destacaram que, atualmente, a região conta com bom acesso a variedades de soja, fertilizantes e defensivos agrícolas. Porém, a resistência crescente das plantas invasoras aos herbicidas vem exigindo maior atenção no manejo e no uso das ferramentas disponíveis.
De acordo com o agrônomo Eduardo Neujahr, que conduziu parte das discussões, a troca de experiências foi um dos pontos centrais da iniciativa. “O principal objetivo do encontro foi estreitar os laços entre os profissionais que atuam no setor agropecuário local e promover uma troca enriquecedora de experiências”, explicou.
Ele também comentou sobre as dificuldades operacionais enfrentadas pelos produtores, especialmente no que diz respeito à adoção de práticas que favorecem o solo. A semeadura imediata após a colheita, por exemplo, é uma técnica que visa manter o solo coberto, mas que nem sempre é possível de ser aplicada. Entre os fatores que dificultam essa prática estão a escassez de mão de obra, a falta de equipamentos adequados e o custo das sementes, que ainda é considerado alto por muitos produtores.
“Embora os benefícios dessa prática sejam reconhecidos, o retorno não é imediato, o que torna desafiadora sua adoção em um cenário em que a agricultura muitas vezes busca resultados de curto prazo”, observou Eduardo.
A importância do planejamento agrícola de médio e longo prazo também foi destacada pelos participantes como um fator essencial para o bom desempenho das lavouras. Sistemas produtivos que incorporam práticas como a rotação de culturas e o uso de plantas de cobertura contribuem para a melhoria das condições do solo e, consequentemente, para a sustentabilidade da atividade.
Para os organizadores, este primeiro encontro voltado ao fechamento da safra proporcionou um espaço de escuta e análise. Problemas foram identificados, experiências foram compartilhadas e estratégias começaram a ser alinhadas com foco no fortalecimento da produtividade e no uso mais eficiente dos recursos.
A expectativa é que novos encontros como este contribuam para a construção de soluções conjuntas, levando em conta as particularidades da região e as condições enfrentadas pelos produtores ao longo do ano.
*Reportagem publicada na Edição 1883 de 19 de junho de 2025.


