O momento é de desacelerar

editorialO Natal se aproxima e um novo ano se prepara para desabrochar. Momento de confraternizar, puxar o freio de mão, refletir e desacelerar. As tantas confraternizações de final de ano, entre colegas, amigos e familiares, acabam se misturando com a correria de deixar tudo organizado, tudo pronto e planejado para o novo ano, que inicia apenas um dia depois do que ano que acaba. Parece meio insensato.

Mas temos de realizar tantas coisas, são tantos os compromissos, que nos falta o tempo para uma análise tranquila, uma decisão sensata, um prazer saboreado. A síndrome do “Tem De…”, como bem coloca a escritora Lya Luft, “nos faz correr por aí com algemas nos tornozelos, a gente tem de ser belo, jovem, desejado, bom de cama (e de computador). Ou a gente tem de ser o pior, o mais relaxado, ou o mais drogado, o chefe da gangue, a mais sedutora, a mais produzida. Outra possibilidade é ter de ser o melhor pai, o melhor chefe, a melhor mãe, a melhor aluna; seja o que for, temos de estar entre os melhores, fingindo não ter falhas nem limitações. Ninguém pode se contentar em ser como pode: temos de ser muito mais que isso, temos de fazer o impossível, o desnecessário, até o absurdo, o que não nos agrada –  ou estamos fora”.

Com tantas possibilidades que se abrem, acabamos tendo dificuldades em nossas escolhas e a frustração ganha espaço privilegiado em nossas vidas. O momento é de desacelerar e substituir a Síndrome do “Ter De…”, por “Ser De…” Ser de verdade, ser humano, ser leal, ser amado, ser amigo, ser gente.

Substituir a correria por um pouco de paz e boa companhia, daquelas que dispensam redes sociais e os modelos de pessoas desejáveis e inalcançáveis. Aproveitar os momentos simples do dia a dia para viver e amar de verdade, serenar o coração.

É fato que o mundo carece de amor e de vidas compartilhadas com honestidade, seja na família, no trabalho ou na sociedade. Desacelere, olhe nos olhos, estabeleça vínculos, porque a nós foi dado o privilégio da escolha e o maior dom de todos: de saber amar.

Por Antonia Claudete Martins.

Editora Chefe do Jornal O Celeiro

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