Voltando aos ensinos básicos

No primeiro ano da faculdade de jornalismo, antes de começar os exercícios práticos você aprende o que é notícia e como construí-la. Neste período o que você mais vai ouvir é a palavra apuração. Apure, Cheque, Investigue a informação, chega a ser entediante, mas é realmente necessário. E hoje, mais do que nunca, essa lição básica precisa ser recapitulada. Nunca antes isso foi tão urgente quanto é agora.

Uma senhora encaminhando uma notícia de que ‘fulano’ morreu e até desejando os pêsames, pode até ser visto com certa inocência. Mas esse tipo de coisa é inconcebível para o jornalista, que é respeitado e tem a confiança das pessoas. Os que estão por trás do jornal impresso devem ter este compromisso ainda mais evidente, pois jornais impressos com o tempo se tornam documentos, então que sejam documentos que atestam a verdade.

Os jornais impressos têm uma bela e importante história que comprovam sua força enquanto meio de comunicação. No início eles eram os únicos informativos no mundo, até que apareceu o rádio, e depois a TV, e atualmente a internet com suas ferramentas de disseminação de notícias (verdadeiras e falsas). Mesmo com tudo isso contra, o impresso continua vivo e presente na vida das pessoas e com a mesma missão de levar ao leitor notícias atuais e bem apuradas. O corre-corre nas redações é comum, e a caça por uma novidade sobre determinado assunto deixa o jornalista ainda mais ansioso. Nas redes sociais explodem informações, algumas parecem bem interessantes e convincentes, e pior ainda, são enviadas por pessoas de confiança. Mas o desejo por conteúdo não deve ser maior do que a responsabilidade com quem busca a verdade por meio da notícia, que é o leitor.

Cada jornalista deve fazer sua parte e se posicionar diante desta tendência perigosa que tem colocado em cheque a credibilidade jornalística. Enquanto profissional ele deve ter como meta, nunca publicar nada sem antes apurar. Voltar ao básico, lembrar a primeira lição da faculdade. Confie no jornalista que apura, investiga e pesquisa. A internet colaborou em muitos aspectos com a comunicação, por exemplo, hoje o próprio impresso já tem sua versão on-line para alcançar novos públicos, mas infelizmente essa tecnologia também ajudou a criar alguns ‘jornalistas’ acomodados, preguiçosos e sensacionalistas.

O renomado jornalista Alberto Dines escreveu uma frase que deixa o que pensar: “A sociedade é maior que o mercado. O leitor não é consumidor, mas cidadão. Jornalismo é serviço público, não espetáculo”. Sua obra e legado enquanto jornalista ajuda a situar o comunicador não apenas como jornalista, mas ajuda a entender o jornalismo, sua importância e função em benefício da sociedade. O jornal O Celeiro desde sua fundação, há quase 26 anos, assumiu o compromisso com a sociedade de sempre comunicar a verdade. A equipe do jornal trabalha todos os dias para prestar um serviço de interesse público, levando a informação sem máscaras e sem velas, respeitando sempre aqueles que sempre nos respeitaram, nossos leitores.

Por: Priscila Nascimento, Jornalista

*Editorial publicado no jornal “O Celeiro”, Edição 1531 de 31 de Maio de 2018.

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