Poder SC – 061 – Leite em SC

A vinda do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), a Santa Catarina na última semana encaminha a disputa direta do gaúcho contra o governador paulista João Doria nas prévias pela candidatura tucana à presidência da República. A presença do ex-senador Arthur Virgílio (AM) e do senador Tasso Jereissati (CE) na corrida – este último retirou o nome e declarou apoio a Leite – serviu apenas para engrossar o caldo de um partido dividido entre o governador gaúcho e o paulista. No Estado e no Brasil, Leite sai na frente. Em Santa Catarina, boa parte do diretório manifestou a preferência pelo gaúcho, o que desagradou a ala mais ligada a Doria (especialmente o ex-senador Paulo Bauer). Sem unanimidade, a sigla tenta aparar as arestas. “Não tem divisão. Se ganhar o Leite, vamos convocar todos para trabalhar por ele. Se ganhar o Doria, a mesma coisa”, disse o deputado estadual Marcos Vieira, que apoia o gaúcho, mas afasta rachaduras. O próprio Leite sinaliza pela unidade: “O candidato do PSDB deve ser aquele que tenha mais capacidade de agregar forças”, disse. As prévias estão marcadas para 21 de novembro.

No cenário interno do tucanato brasileiro, Leite ganha força e terá prévias com critérios que o favorecem, como o peso maior entre os caciques. O gaúcho tem apoio inclusive de lideranças paulistas, terra do principal concorrente.

Na Capital, Eduardo Leite usou discurso mais ameno do que Doria quando esteve aqui. Enquanto o paulista ataca Lula e Bolsonaro ao mesmo tempo, o gaúcho diz que quer “atacar os problemas e não as pessoas” e que “não é uma candidatura ‘anti um’ ou ‘anti outro’, mas a favor do projeto”.

Após o anúncio – depois desmentido – de que Antídio Lunelli seria o candidato ao governo pelo MDB em 2022, a cena esfriou na sigla. As reuniões marcadas para esta semana com a executiva e com a bancada estadual foram adiadas.

Título de Lula

Cresceu na Alesc a pressão pela revogação do título de cidadão catarinense dado ao ex-presidente Lula nas últimas semanas. A ação vem, principalmente, dos bolsonaristas Sargento Lima (PL) e Ana Campagnolo (PSL) e é baseada nas condenações aplicadas contra ele. O projeto de revogação vem sendo arrastado há meses pelos petistas da Casa com medidas de protelamento. O líder do PT na Alesc, Fabiano da Luz, é categórico: como as sentenças contra Lula foram derrubadas, não há porque retirar o título. A queda de braço, aperitivo para 2022, vai longe.

EDIÇÃO: 061
Jornalista Responsável: Murici Balbinot - Contato: jornalismo@adjorisc.com.br

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