Quem conta a história: Romildo Titon

Romildo Titon fala sobre sua trajetória política

Com 44 anos de mandato, o deputado conta como entrou para o cenário político.

Ele disputou dez eleições e não perdeu nenhuma delas. Seu primeiro pleito foi em 1976 quando ganhou uma vaga como vereador em Campos Novos e desde então se mantém na atividade política do estado de Santa Catarina. Este feito pertence ao Deputado Estadual Romildo Titon. De família humilde, Titon praticamente caiu de paraquedas na política. Até sua adolescência o jovem trabalhou no campo com o pai. Sem estudos ele não nutria muitos sonhos. “Naquele tempo um menino do mato não sonhava com muita coisa. Não sabíamos fazer anda além de trabalhar no campo”, diverte-se ao falar de sua juventude. Porém, aos 16 anos, quando saiu do campo, outras experiências foram vivida e a política se apresentou para ele. Na editoria ‘Quem Conta a História’ dessa semana, Romildo relembra fatos importante em sua trajetória política.

Nascido em Tangará, Titon, aos 16 anos, veio para Campos Novos trabalhar numa serraria. Aos 18 anos serviu ao Exército, mas logo retornou. Neste interim, ele aproveitou para estudar. De volta ao município ele foi convidado para ser intendente em Monte Carlo, que na época era uma comunidade de Campos Novos. Não demorou para que Romildo recebesse o convite para concorrer a um cargo político como vereador pelo MDB, partido que ele já está há 47 anos. Aos 21 anos, em sua primeira disputa foi eleito. “Eu fiz meu título e votei pela primeira vez em mim mesmo em 1976”, confessa. Ele admite que nunca imaginou entrar na política, mas depois que exerceu o primeiro mandato quis se manter neste caminho e fez planos para isso.

Seguindo sua nova sina, Romildo pegou gosto mesmo com todos os desafios. A politica no passado não era para amadores. A rixa entre adversários era coisa sério, o terreno político era perigoso. Mas, jovem e destemido, ele enfrentou tudo. “Entrar na política tão jovem não foi fácil. O partido me escolheu porque eu era o único que enfrentava a antiga Arena, naquela época a política era muito violenta. Mas eu não tinha medo”, afirma. Após dois mandatos como vereador chegou a vez de tentar o cargo de prefeito de Campos Novos, saindo vitorioso em seu terceiro pleito. “Como prefeito eu administrei o município de 1989 a 1992”, relembra.

No período de sua gestão como prefeito, Romildo viu aos poucos o despertar de uma Campos Novos que começara a se desenvolver, principalmente no agronegócio. “Primeiro tivemos o ciclo da madeira. Depois do ciclo da madeira, os produtores do Rio Grande do Sul vieram arrendar as terras e começaram a descobrir que a produção agrícola era promissora. A agricultura começou a se transformar. Nesse período de grande transformação eu fui prefeito. Mas a transformação que Campos Novos teve não dependeu de prefeitos, a mudança veio de uma nova mentalidade onde passaram a enxergar o agronegócio de forma diferente e as cooperativas abriram os olhos dos agricultores”, diz.

Em seu segundo ano como prefeito, Romildo já tinha um novo objetivo em mente: a carreira como deputado estadual. Findando seu mandato, ele começou a se preparar para um novo desafio e não mediu esforços para conseguir seu objetivo. “Era um risco grande porque nossa região tinha um número pequeno de voto. Minha gestão teve uma repercussão boa na região. Eu fui de casa em casa. Eu ganhei porque fiz uma campanha diferente. Foi onde nasceu a proposta da Casa da Região, que mantenho há 26 anos na capital, para acolher os doentes. Nós éramos dependentes da capital para consultas e exames e não tínhamos como pagar estadia, elas precisavam de um lugar para ficar”, conta. O resultado foi a vitória nas urnas. “Para mim foi uma vitória muito grande. Nem consegui acreditar”, declara. Este foi o primeiro de sete mandatos exercidos por Romildo. Mesmo numa região de pouco potencial de voto, o parlamentar conquistou a confiança de muito eleitores. “Fazer um deputado nesta região é difícil devido ao número de votos”, acrescentou.

Em todos esses anos, Romildo troxe importantes obras. “Nós não tínhamos todas as rodovias que temos hoje, era tudo estrada de chão. A região cresceu bastante e eu fiz parte disso. A BR 282 não existia, eu liderei este movimento por muitos anos. Nós conseguimos colocar dinheiro estadual em rodovia federal. Nós não tínhamos a ponte de ligação sobre o Rio Uruguai que nos liga ao o Rio Grande do Sul, e eu também liderei este movimento. Fazia dois anos que a ponte estava parada e conseguimos fazer o Governo do Estado assumir a obra. Convencemos os governos que precisávamos expandir a saúde para o interior. Enfrentamos as emancipações que começaram do zero, conta.

Romildo se sente realizado em sua carreira, não apenas pelo que fez, mas pelo respeito que conquistou nestes anos. “Eu só sobrevivi politicamente porque meu estilo político me segurou. Cerca de 40% dos meus votos são de outros partidos além do MDB. Tudo que eu faço é por vocação. Consegui realizar os sonhos que eu almejei. Não dei um passo maior porque eu não queria. Eu gosto de fazer o que eu sei fazer” afirma. Apesar de ter uma careira consolidada na política, Romildo administra sua própria granja.
Adotado por Campos Novos, o deputado tem muito carinho pelo município e se orgulha de ver o quanto cresceu. “Campos Novos tem uma história muito bonita. Temos autossustentação. O povo aqui acredita na própria competência. Eu amo essa terra. Estou aqui desde os 16 anos e me considero um camponovense. O crescimento será maior do que imaginamos. Temos um grande futuro. Espero que a infraestrutura de Campos Novos consiga acompanhar este crescimento”, finaliza o deputado.

*Reportagem publicada no jornal ‘O Celeiro’, Edição 1696 de 30 de setembro de 2021.

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