Início Agronegócio Ano fecha com preocupação para suinocultores

Ano fecha com preocupação para suinocultores

Produtor convive com queda nos preços do suíno vivo e com os altos custos de produção.

O ano de 2021 está terminando e o balanço no setor da suinocultura é de dificuldades. O ano fecha com preços em retração e os custos de produção em alta.

De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, “o atual momento da suinocultura deve ser dividido em partes. O que se vê na mídia é uma suinocultura promissora, grandes volumes exportados e um crescimento muito forte trazendo ganhos ao nosso país e essa é uma realidade. Porém a outra é muito distante, que é a baixa lucratividade do produtor, principalmente do independente”.

O presidente explica que “nos últimos anos nós tínhamos, a partir de agosto e setembro, um aumento de preços pago ao suinocultor, porém em 2021 aconteceu o contrário. Caiu muito o preço e, principalmente agora em dezembro, foram várias quedas ao produtor independente”. Losivanio destacou que a conta não vai fechar, pois neste fim de ano muitos independentes estão vendendo os suínos a R$ 5 o quilo, tendo um custo de praticamente R$ 8. “Não diminuiu o preço de milho e do farelo de soja. O dólar em alta também está interferindo nos elevados custos de produção”.

Na avaliação do presidente da ACCS, o produtor independente é o mais prejudicado. “Essa perda que o produtor tem é de R$ 250 a R$ 300 por suíno entregue. Isso é desesperador no campo. Muitos suinocultores independentes estão deixando a atividade porque não suportam mais ou estão entrando no modelo de integração para ter uma estabilidade maior”. Ele também fez um comparativo sobre o momento do integrado e do produtor independente. “Hoje o independente vai vender o suíno terminado direto ao frigorífico e muitas vezes o preço oferecido não paga os custos de produção. Já o integrado não chega a ganhar os maiores valores quando o momento é bom, mas tem uma estabilidade maior no processo de produção”.

Losivanio de Lorenzi ressaltou que “vamos bater recordes em exportações. Mesmo assim, o nosso produtor não ganhou dinheiro e está pagando a conta do dólar alto, que beneficia muito as indústrias”. Um dos motivos apontados por Losivanio para a queda nos preços é o excedente de produção. “A gente sabe que a suinocultura é uma atividade muito importante para nós, mas precisamos realmente ter o entendimento de manter a produção estável para continuar ganhando dinheiro”.

Expectativa

Na avaliação do presidente da ACCS, Losivanio de Lorenzi, para o próximo ano ainda haverá dificuldades. “Os custos de produção vão continuar elevados, pois temos problemas de estiagem em várias regiões produtoras de insumos”. Ele orienta os produtores a continuar acreditando na atividade, cuidar da sanidade, melhorar os processos de produtividade e reduzir custos.

*INFO: Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS)

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