Desafios e oportunidades: Coocam tem faturamento acima do esperado em 2021

Presidente da cooperativa fez avaliação sobre o ano e comentou sobre as perspectivas para 2022.

Assim como em 2020, o agronegócio também foi protagonista em 2021 ao apresentar resultados impressionantes. As cooperativas cumpriram sua missão dando suporte aos produtores e os fortaleceram diante das dificuldades. A Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam) se destacou nesse cenário e obteve um faturamento acima da média, chegando a mais de R$ 500 milhões. João Carlos Di Domenico, presidente da Coocam, atribui esta conquista ao bom trabalho realizado pela equipe de profissionais. Em conversa com o gestor ele também falou sobre o andamento do agronegócio durante este ano.

“Tivemos um bom resultado graças ao comprometimento de toda a equipe Coocam. Aumentamos as nossas vendas em volume. A diretoria investiu em novas áreas nas cidades de Ribeirão Cascalheira e São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, além de todo o suporte para os colaboradores. Nosso pessoal está junto do produtor em todos os momentos, desde a escolha dos melhores grãos, negociação na compra dos insumos e venda da safra. Outro motivo dos números acima da projeção, foram os bons preços, onde a soja por exemplo, quase dobrou o valor de venda. Iniciamos com cerca de 50% da produção agrícola comercializada antecipadamente, com preços baixos, porém, no segundo semestre, o faturamento melhorou porque conseguimos novos preços. Planejávamos um faturamento de 430 milhões e passamos de R$ 500 milhões”, declarou.

Os bons números indicam trabalho, mas os desafios também foram grandes, como reforça João Carlos. “Da porteira para dentro foi um ano muito bom. Tivemos uma grande safra, colheita com excelente produtividade. Olhando para fora dos portões houve grandes mudanças, já que o preço dos insumos triplicou, criando uma situação mais difícil para o próximo ano”, observa o presidente da Coocam, completando que o maior problema está relacionado a questão sanitária em razão do coronavírus. “Perdemos pessoas e amigos e, algumas vezes, perdemos o entusiasmo”, lamentou.

O presidente da Coocam lembra que a pandemia forçou as pessoas tomar atitudes diferentes e transformar desafios em oportunidades. “Aprendemos a olhar os dois lados da moeda, pois, nós produtores, carregamos o espírito de otimismo, crescimento e prosperidade. As dificuldades não paralisam e nem nos amedrontam, apesar das instabilidades”. Para ele, o agronegócio é crescente, revolucionário e inovador, características necessárias diante de um mercado cada vez mais exigente.

Como apoiadores da classe dos produtores, as cooperativas precisam estar atentas para garantir que a produção corresponda as expectativas do mercado nacional e internacional. Neste sentido a Coocam tem feito sua lição de casa. “Além da qualidade, os cuidados sanitários são fortes. Há 30 anos nós colhíamos apenas milho, hoje temos outros parâmetros de análise da qualidade, ou seja, aprimoramos o nosso produto. Isso significa melhores preços e mais competitividade no mercado. Este negócio tem uma concorrência grande e precisamos disso para sobreviver no mercado. As empresas de Santa Catarina cresceram muito nesse setor e são extremamente exigentes porque o mercado também é”, exalta João Carlos.

A pauta social também tem grande contribuição para o sucesso da Coocam e do agronegócio regional. O tradicional Michuim congrega inúmeras personalidades que testemunham a grandiosidade deste setor que cresce aceleradamente. Acima de tudo, o evento estabelece a aproximação e a comunicação que ajuda a impulsionar o agro. “O Michuim é um dos maiores eventos de relacionamento e sua essência se transformou em contato direto entre os produtores, personalidades políticas e empresariais. São nestes momentos que trocamos conhecimentos. Hoje recebemos importantes lideranças, como foi o caso do empresário Luciano Hung na edição deste ano”, salientou João Carlos. Ele disse ainda, que o evento da cooperativa eleva o município de Campos Novos para todo o Brasil e atrai investidores de fora. Destacou ainda a importância da comunicação e aproximação com o Poder Público para que as lideranças políticas entendam o que é o agronegócio. “Este é um dos fundamentos do Michuim”, ressalta.

Para 2022 as expectativas são otimistas e vislumbra-se uma evolução ainda maior com a implantação de mais tecnologias e a volta dos cereais de inverno no portfólio da produção agrícola. “Nosso maior desafio não é dentro das propriedades. Vejo dois principais desafios: o sanitário e a instabilidade política. A questão da pandemia ainda está forte no mundo inteiro. Esse problema pode se agravar e cria uma insegurança sanitária. A instabilidade política é outro grande problema que traz sérias consequências. As oscilações criam grandes problemas para o agronegócio”, afirma.

Outra situação apontada por João Carlos é a questão dos insumos. “Estamos pagando um custo por ter abandonado os projetos que tínhamos de exploração e industrialização de insumos. Se depender de outros países pagaremos caro e criaremos uma inviabilidade de fornecimento. O encarecimento dos insumos trouxe à tona esta necessidade e, portanto, precisamos colocar esse assunto em pauta. Devemos pensar grande e criar um ambiente de estabilidade no campo”.

Além disso, para 2022 a Coocam também tem muitos projetos para implantação ao longo dos anos. “Temos muitos projetos engavetados. Dependemos de armazéns em outras áreas. Nosso produtor exigiu a expansão. Eles querem avançar e continuar crescendo em contrapartida, temos que dar suporte, por isso, expandimos nossa atuação no Mato Grosso”, finalizou.

*Reportagem pulicada no Jornal ‘O Celeiro’, Edição 1708 de 23 de dezembro de 2021. 

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