Aplicações aéreas para manter produtividade no milho

fotoaviaoProdutores da região utilizam técnica que diminui perdas com amassamento e quebra de plantas. Pragas e doenças do milho são alvos a serem atingidos.

A presença de aviões agrícolas na região de Campos Novos tem, há alguns anos, possibilitado uma maior eficiência no manejo da culturas, principalmente do milho. Rápida e eficaz, a aplicação aérea possibilita aos agricultores, realizar aplicações em momentos ideais, e que muitas vezes não é possível com a utilização de tratores ou pulverizadores autopropelidos, pela altura das plantas.

De acordo com o Técnico em Agropecuária Silvio Zanon, da Cooperativa Agropecuária Camponovense – Coocam, as aplicações se intensificaram mais após o ano de 2010, quando ocorreu o fenômeno El Niño. “A aplicação aérea é uma ferramenta essencial para que todo o potencial dos híbridos sejam mantidos. Hoje sabemos que muitas doenças e pragas tem tirado muito da produtividade do milho e o produtor tem buscado esse recurso para que esses híbridos com bom potencial de produção possam dar o retorno desejado”, destacou.

As aplicações de fungicidas e inseticidas são realizadas com máquinas diferentes. Muitos produtores não vão utilizar aplicações aéreas, porém, farão a pulverização para garantir um resultado na colheita. Silvio Zanon, lembra, que a aplicação aérea tem um custo maior, porém, perdas menores nas áreas, pois não provoca amassamento ou quebra de plantas. As aplicações, valem a pena pelo benefício que se terá na colheita, com produtividade condizente com os investimentos realizados”, afirmou Zanon.

As aplicações realizadas neste momento de desenvolvimento da cultura, algumas áreas, já em pré-florecimento, visão combater a presença de pragas, como lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), cigarrinhas das pastagens, lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea), Broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis), e o pulgão do milho (Rhopalosiphum maidis). “O milho do cedo já está em pré-florecimento e a recomendação da Coocam é para que os produtores realizem aplicações de inseticidas nesse momento. O pulgão, por exemplo, prejudica a polinização dos híbridos de milho e transmite viroses às plantas”, afirmou.

Já as doenças que devem ser combatidas com aplicações de fungicidas são a mancha de cercospora, ferrugem, helmintosporiose (Exserohilum turcicum), e podridões da espiga. “A mancha da cercospora, por exemplo, tem condições ideias para se proliferar, pois necessita de umidade e temperaturas altas, que vem acontecendo. Queremos também lembrar aos produtores sobre a podridão da espiga, que causa o milho ardido e foi um grande vilão em safras passadas. A diplodia é uma doença séria, que ataca folhas e entra nas espigas. Essa doença já gerou perdas de até 40% em safras anteriores e por isso, as aplicações de fungicidas são tão importantes nesse ano”, destacou.

O técnico em agropecuária lembrou ainda que em híbridos hiperprecoces, são recomendadas duas aplicações de fungicidas, uma no momento de pré-florescimento e outra 20 dias após a primeira, enquanto em híbridos superprecoces e precoces são menos suscetíveis a doenças e uma aplicação já controla bem a lavoura.

Evolução da aplicação aérea

De acordo com o piloto Cassiano Collet, da Viação Agrícola Collet, que atua a 20 anos na área, a evolução nas aplicações áreas é grande. “Hoje se evoluiu muito na eficiência das aplicações, com o balizamento com GPS, aplicações com baixo volume, na técnica de aplicação e também nos produtos que temos no mercado”, ressaltou o piloto.

Voando a uma altitude de 2 a 5 metros das plantas, os pilotos de aviões agrícolas tem que conviver, principalmente na região de Campos Novos, com os fenômenos climáticos. “O clima é um inimigo. Estamos em uma boa altitude e venta muito, então, as janelas de aplicação são mais curtas, mas temos uma equipe de profissionais especializada e que tem conhecimento para realizar o trabalho”, comentou Cassiano Collet.

O piloto ainda lembrou que a aplicação aérea de defensivos visa garantir que todo o investimento realizado pelo produtor, seja mantido até o final da colheita. “A agricultura é uma soma de esforços. Técnicos, produtores e nós, que fazemos aplicações, buscamos a qualidade do produto ao final da safra. Precisamos sempre garantir uma boa pulverização para que se chegue ao objetivo final que é a qualidade do milho”, finalizou.

Os trabalhos de pulverização área devem ser realizados na região até meados de fevereiro na região.

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